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Célia Helena continua mesmo se teatro fechar
Somente a unidade da Liberdade está ameaçada, e não a escola de artes cênicas
A escola de artes cênicas Célia Helena continuará com suas atividades mesmo que tenha de entregar o prédio que abriga seu teatro, no bairro da Liberdade.
O título da reportagem "Tradicional escola de artes cênicas, Célia Helena pode fechar as portas" ("Ilustrada", 24/9) sugeria, de forma errônea, que toda a escola corria o risco de ser extinta.
Os proprietários do imóvel informaram à escola no fim da semana passada que precisarão vender o prédio, explica Lígia Cortez, diretora do Centro de Artes e Educação Célia Helena.
A Folha não conseguiu contato com os proprietários.
O terreno na Liberdade, onde foi fundada a instituição, em 1977, serve de teatro e espaço para aulas práticas –a maior parte das aulas teóricas é feita na unidade do Itaim Bibi, onde também fica a administração.
A escola ainda conta com um espaço no bairro do Pacaembu, voltado a cursos para crianças e jovens.
"A escola mantém esse teatro [na Liberdade], que é um equipamento da instituição, mas também um espaço público", afirma Lígia. "Mas não existe a menor possibilidade de a escola fechar as portas", afirma.
Segundo a diretora, o comunicado dos proprietários é muito recente. "Não tivemos tempo de entender direito." Para Lígia, a especulação imobiliária que afeta os teatros da cidade é "um processo natural". Ela disse crer que será possível renegociar com os donos ("sempre nos apoiaram").
Inaugurada pela atriz e diretora Célia Helena (1936-97) com um show de Maria Bethânia, a escola tornou-se referência na formação em artes cênicas na cidade. Lecionam ali nomes como os diretores Samir Yazbek e Nelson Baskerville. A escola também tem o projeto de abrir, no próximo ano, um mestrado na área.
"Lutamos fortemente para que as portas do Teatro Célia Helena permaneçam abertas", afirma a diretora, que é filha de Célia Helena e do também ator Raul Cortez (1932-2006).