Rock in Rio
Festival acaba sem pompa e com programação frouxa
Katy Perry, que fecha evento hoje, é a única da escalação em bom momento
Último dia tem shows de veteranos com forçada ressurreição, como o brasileiro Cidade Negra e o norueguês A-Ha
Depois de seis dias de inevitáveis altos e baixos nos palcos, e o habitual sucesso comercial fora deles, o Rock in Rio encerra sua sexta edição neste domingo (27) com menos pompa do que poderia se esperar numa comemoração de 30 anos de festival.
Pelo menos a estrela da última noite está em grande momento. Depois de cantar na Cidade do Rock em 2011, a americana Katy Perry volta ao Rock in Rio como recordista de singles na liderança das paradas (foram seis nos últimos quatro anos) e uma legião de seguidores.
Além da voz –ela apresenta o show da turnê de "Prism", seu muito bem-sucedido álbum de 2013–, a cantora empresta rosto bonito e corpão para referências de moda.
No entanto, até Katy subir ao palco, o dia traz uma programação meio frouxa. Reúne nomes que já tiveram seus grandes momentos na carreira e outros que ainda esperam por eles, se é que um dia realmente virão.
Entre os artistas "que já foram" estão o veteraníssimo cantor pop Al Jarreau, 75, cuja presença se justifica mais por ter participado do primeiro Rock in Rio, em 1985, do que por sua produção musical nas últimas décadas.
Outros com forçada ressurreição no festival são o norueguês A-Ha e o brasileiro Cidade Negra. Sem o convite do Rock in Rio, são nomes que não despertariam grande curiosidade em 2015.
A volta ao Rio até animou o A-Ha a lançar mais um disco, "Cast in Steel". Nada, no entanto, que chegue perto da qualidade pop dos sucessos do trio nos anos 1980.
Para contrabalançar os veteranos, alguns nomes do dia não têm ainda uma projeção que dê suporte a sua presença no Rock in Rio.
Casos do brasileiro Suricato, revelado na nova onda de programas de disputa de bandas na televisão, da portuguesa Aurea, loira gracinha que faz soul inofensivo sem a força de uma Amy Winehouse, e do duo eletrônico britânico AlunaGeorge.
A dupla é, sem dúvida, o nome mais inesperado do festival. Entrou substituindo a cantora sueca Robyn (outra que perfilaria entre os que "já foram") e tem a sorte grande de estar num palco diante de 85 mil pessoas. Provavelmente os dois vão levar um susto.