'A Mulher de Todos' é filme barato e de alta linguagem
É uma pena que "A Mulher de Todos" (1969, TV Brasil, 0h30 de terça) seja o segundo filme de Rogério Sganzerla e, já, um final de ciclo: havia ali a tentativa de introduzir um cinema que fosse ao mesmo tempo comercial e questionador, barato e de alta linguagem.
Talvez não haja muita história a resumir: acompanhamos as aventuras amorosas de Angela Carne e Osso (Helena Ignez). Cada aventura é manifestação de um espírito livre, pouco afeito a aceitar a repressão.
Como esperar que, com a ditadura a toda, como aconteceu desde 1969, um tal tipo de proposta fosse prosseguir? Filme que se abre para uma frustração que não diz respeito apenas a esse cineasta, mas à dificuldade de implantar uma cinematografia brasileira.
Na falta,há um grande que o cinema americano produziu: "O Homem que Matou o Facínora" (1962, TC Cult, 22h), de John Ford.