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Análise

Reserva de meia-entrada em eventos poderá prejudicar os consumidores

SAMY DANA ESPECIAL PARA A FOLHA

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece reserva de 40% dos lugares em eventos esportivos e culturais para a venda de meia-entrada.

Estima-se que 80% do ingressos sejam vendidos como meia-entrada. Assim, uma sala de cinema com 100 lugares com preço de R$ 20, por exemplo, recebe 80 espectadores a R$ 10, tornando o valor médio do tíquete R$ 12 --40% abaixo do preço cheio.

Com a limitação de meias-entradas, pretende-se reduzir os preços dos ingressos em 25% sem diminuir o valor médio. Em nosso exemplo, o cinema passaria a cobrar R$ 15 pela entrada mantendo seu rendimento inalterado.

O efeito parece benéfico ao consumidor: estudantes teriam 40% dos lugares reservados, e os preços para o público em geral cairiam significativamente. Contudo, pode ser que as expectativas não sejam atingidas.

Atuais detentores do direito de meia-entrada --estudantes e idosos-- podem optar por não adquirir ingressos caso a cota seja atingida, dado que sua renda é menor. Com isso, a demanda cairia, e o prejuízo seria ainda maior.

Os empresários, nesse caso, poderiam não baixar os preços, e sim aumentar a margem de lucro.

Por isso, seria necessária uma ampliação da fiscalização do setor que incorreria em altos custos, os quais certamente seriam repassados ao consumidor.

As aparentes vantagens passariam a ser constantes prejuízos, que não teriam nenhuma consequência senão a redução do benefício da meia-entrada.

O governo oferece incentivos à cultura através de leis e medidas polêmicas. As políticas não são em vão, mas pode ser que a solução do problema esteja em direcionar o recurso público oferecendo descontos maiores ou percentuais de gratuidade em eventos de qualidade atestada.


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