Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Preço das carnes recua no atacado neste início de mês, aponta Cepea
Os preços das carnes começam o ano com recuo, em relação aos valores praticados no final de 2014. É o que aponta levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), realizado no atacado da Grande São Paulo.
Além de uma tradicional pressão menor nos preços das proteínas nesse período, a queda deste ano é acompanhada por um recuo maior das exportações, principalmente as de carne bovina.
Os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam uma média diária exportada de 3.800 toneladas por dia útil de carne bovina neste início de mês, 21% menos do que em 2014.
A exportação menor melhora a oferta interna e diminui as pressões de alta.
O Cepea apurou que os preços do frango congelado recuaram 1% em relação aos do final do ano passado. Já a carcaça suína teve queda de 2,1% e a bovina recuou 1,5%.
Apesar dessa retração, os preços atuais ainda superam os de há um ano. O destaque fica para a carne bovina, cuja carcaça "casada" está com preço de R$ 9,11 por quilo, 18% mais do que há um ano.
Esse aumento, em relação aos valores do mesmo período de 2014, ocorre devido à forte aceleração que as carnes tiveram no ano passado.
A demanda interna e as exportações permitiram preços recordes às proteínas. A arroba de boi gordo chegou a R$ 147 no Estado São Paulo, enquanto a suína superou R$ 100. O frango atingiu R$ 2,80 por quilo de ave viva nas granjas paulistas.
O recuo nos preços das carnes não ocorre apenas no mercado interno, mas também no externo.
Os dados da Secex indicam que a tonelada de carne bovina está sendo exportada a US$ 4.631 neste mês, com queda de 2% ante dezembro. Já a arroba das carnes suína e de frango teve retração de 6% nos preços deste mês, em relação aos do mês passado.
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Arroz Uma boa notícia para os exportadores de arroz. A China, que importava 600 mil toneladas do cereal na safra 2010/11, vem comprando cada vez mais e deverá importar o recorde de 4,3 milhões de toneladas em 2014/15.
Acordos Prevenindo essa necessidade de importações, os chineses já se adiantaram e fizeram acordos com países exportadores da Ásia. O olhar desses países para a China deixa maior o mercado para outros produtores que estão fora dessa região.
Soja Um fator positivo para o mercado mundial de soja: a China esmaga mais neste ano. Serão 75 milhões de toneladas em 2014/15, uma alta de 9% em relação ao volume moído na safra imediatamente anterior.
Estoques O problema é que os estoques finais também sobem. Serão 91 milhões de toneladas na safra 2014/15, crescimento de 36% ante a safra anterior, segundo a RC Consultores.
AÇÚCAR
+2,81%D
Ontem, em Nova York
CAFÉ
-1,78%E
Ontem, em Nova York
Paraná supera a média do país em exportação de aves
A exportação de frango dos paranaenses atingiu 1,28 milhão de toneladas em 2014, 12,5% mais do que em 2013. Com isso, o Estado superou a média nacional de 3%.
Domingos Martins, presidente do Sidiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná), diz que os abates somaram 1,56 bilhão de aves no ano passado, 7% mais do que em 2013.
As receitas com as exportações de 2014 somaram R$ 2,36 bilhões, 8% mais.
2015 começa com possibilidade de aumento das exportações. A Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal) espera que o embargo da China à carne de frango dos EUA possa abrir as portas a novos frigoríficos para exportação ao país asiático.
De janeiro a novembro de 2014, os EUA exportaram 177 mil toneladas de carne de frango à China, mas 53% desse volume são pés de aves.
Ricardo Santin, da Abpa, diz que os frigoríficos autorizados já enviam todos os pés que produzem à China. Por isso, há limitações para a expansão sem que novas unidades sejam habilitadas.
No ano passado, o Brasil exportou 227 mil toneladas de frango para a China.
Nova tabela de fretes pode elevar custo em 26% em MT
Após os protestos da Aprosoja, entidade que congrega produtores de soja e de milho em Mato Grosso, contra a nova tabela balizadora de fretes das associações de transporte do Estado, a Abiove também se manifestou contrária a essa prática.
As associações de transporte criaram um valor mínimo de frete. Segundo a Aprosoja, a decisão vai aumentar em 26% o valor do frete em relação aos preços atuais.
Para a Abiove, a nova tabela de fretes contraria a livre concorrência por uniformizar os preços rodoviários, e o tabelamento constitui crime contra a ordem econômica.
O setor de transporte justificou a criação do balizador devido aos altos investimentos feitos pelo setor e ao baixo retorno atual.