Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Indústria do plástico teme perda de competitividade
O aumento do preço da energia previsto para este ano deve diminuir ainda mais a competitividade da indústria brasileira do plástico.
A preocupação é do presidente da Abiplast (associação do setor), José Ricardo Roriz Coelho: "Enquanto lá fora a energia cai, aqui sobe. Nossos concorrentes terão acesso a energia, mão de obra e matéria-prima mais baratos do que nós".
A indústria registrou queda de 2,7% na produção e de 6,45% no faturamento em 2014, de acordo com estimativa da entidade.
Diante desse cenário, o executivo afirma que o setor poderá ampliar suas demissões em 2015. No ano passado, 3.000 vagas foram fechadas -a indústria emprega cerca de 353 mil pessoas.
"Em um primeiro estágio de crise, as empresas dispensam o mínimo possível, porque não querem perder o pessoal treinado. No segundo estágio, os desligamentos tendem a ser mais numerosos."
Coelho afirma também que as empresas de transformação de plástico ainda não sentiram a queda do preço do petróleo (com o qual é produzida a nafta, que, por sua vez, é utilizada na fabricação de resinas plásticas).
"No Brasil, praticamente só existe uma fornecedora [a Braskem] de matéria-prima [resinas plásticas, como polietileno e polipropileno]. É difícil a negociação [de preços] chegar a nós."
A Braskem afirmou, por meio de nota, que, desde dezembro, os preços das resinas no mercado brasileiro são ajustados seguindo a tendência internacional.
Acrescentou que o alinhamento de preços na cadeia "varia ao longo do tempo, a depender do volume de estoques, equilíbrio de oferta e demanda por produto e por região, oscilações das taxas de câmbio, entre outros fatores".
MORDIDA TECNOLÓGICA
A Odontoclinic, rede de clínicas odontológicas, iniciou um plano de investimentos para ampliar o número de unidades e a tecnologia que é utilizada nos consultórios do grupo.
O projeto prevê um aporte de R$ 20 milhões neste ano -serão R$ 100 milhões no intervalo de 2015 a 2019.
A maior parte dos recursos virá da própria empresa, que é controlada pelo fundo de investimentos Bravia Capital. O montante inclui recursos dos franqueados na abertura dos novos pontos.
"Contaremos também com a própria geração de caixa do negócio. Para esse plano, não vamos precisar de dinheiro externo", diz Carlos Leão, CEO da rede.
Serão instalados equipamentos nos consultórios, como aparelhos de imagem, além de scanners a laser e impressoras 3D, que eliminam a necessidade de moldes de gesso na confecção de aparelhos ortodônticos.
"As máquinas serão colocadas sem custos para os franqueados e, depois, cobraremos pelos serviços prestados", afirma Alvaro Schocair, presidente do conselho da companhia.
Sobre a expansão da rede física, a empresa planeja a abertura de 25 a 30 unidades neste ano, sobretudo na cidade de São Paulo e em municípios vizinhos.
O investimento na abertura de cada ponto varia de R$ 220 mil a R$ 360 mil, sem contar com o valor da taxa de franquia e o capital de giro inicial necessário.
R$ 170 milhões foi o faturamento da rede de clínicas no ano passado
R$ 205 milhões é a projeção de faturamento da empresa para este ano
170 é o número atual de unidades da marca
12 são os Estados com operações da companhia
SEM FUNDOS
O percentual de cheques devolvidos em relação ao total de documentos movimentados no país fechou 2014 com o maior nível dos últimos cinco anos, segundo a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
No acumulado de 2014, foram rejeitados 15,3 milhões de cheques, em um total de 771,1 milhões de folhas movimentadas no período.
Com isso, o percentual de títulos negados por falta de fundos foi de 1,99%, número mais alto desde 2009, quando havia ficado em 2,10%.
Em dezembro do ano passado, o índice de devoluções foi de 1,91%, acima de novembro de 2014 (1,90%) e de dezembro de 2013 (1,87%).
Em números absolutos, houve queda de 8,8% no volume de títulos devolvidos em 2014 -no ano anterior, a soma foi de 16,8 milhões.
A baixa, no entanto, está ligada à diminuição do uso de cheques: o total de folhas movimentadas caiu 9,8%.
Exportação... A multinacional catarinense Audaces enviará seus produtos educacionais para instituições de 14 regiões da Colômbia.
...para a Colômbia A parceria foi firmada no fim do ano passado com o Sena, espécie de Senai do país vizinho.
Atuação... A Sestini, empresa que trabalha com importação de malas e mochilas, abrirá uma loja no shopping Morumbi, em São Paulo.
...no varejo A empresa, que começou a ter franquias em 2013, projeta inaugurar mais dez pontos neste ano.