Mãe soube do acidente pela TV e se desesperou
Sem saber se familiares e amigos estavam no navio-plataforma que explodiu no Espírito Santo, parentes de trabalhadores ficaram apreensivos com a falta de informações por parte da empresa BW, que presta serviços para a Petrobras.
Alguns deles só foram avisados por terceiros ou tiveram que aguardar o contato do próprio familiar para ter certeza de que ele não estava entre as vítimas.
Na noite de quarta (11), os trabalhadores que desembarcaram do navio e não estavam feridos foram levados para um hotel em Vitória e recebidos por assistentes sociais e psicólogos.
"Descobri que a plataforma em que ele estava explodiu pela TV. Me desesperei, pensei que ele tinha morrido. A empresa não dava informação e tinha hora que nem atendia. Só consegui falar com ele depois", afirmou Maria Helena Donateli, 55, mãe do técnico Diego Donateli, 29, que estava na plataforma. "Ele disse que só ouviu a explosão, não viu fogo. Logo depois, começou a ver os funcionários sangrando", completou.
Ao lado de mais quatro familiares, Maria Helena aguardava a chegada do filho na frente do hotel. Os trabalhadores, no entanto, foram orientados a entrar pelos fundos, para evitar o contato com a imprensa.
A mulher de um petroleiro, que não quis se identificar, disse que não recebeu nenhum aviso da empresa. Ela só soube que o marido estava a bordo do navio por meio de amigas também casadas com trabalhadores.
O clima era de solidariedade entre os familiares, que se abraçavam e choravam ao se encontrar.
Familiares e vítimas optaram pela discrição nesta quinta (12). No hospital, passaram a maior parte do tempo nos quartos e não falaram com a imprensa. Uma mulher que estava com o dedo quebrado saiu com uma camisa cobrindo a cabeça e não deu entrevista. (JM)