Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Cai importação de empresas do agronegócio
As empresas ligadas ao agronegócio se anteciparam, em 2014, ao atual estágio da economia nacional e aos novos rumos que a agricultura brasileira deverá ter neste ano. Reduziram as importações voltadas para o setor.
As compras a serem feitas neste ano, devido à aceleração da valorização do dólar, deverão representar um custo maior para os produtores, quando repassados esses produtos para o campo.
As 38 empresas ligadas ao setor, entre as 250 principais listadas pelo Ministério do Desenvolvimento, reduziram em 7,5% as compras externas de produtos voltados para o agronegócio em 2014.
Pelo dados do ministério, as importações dessas empresas recuaram para US$ 18,9 bilhões. O setor que mais pisou no freio neste período foi o de máquinas e equipamentos agrícolas, exatamente o que tem uma das principais desacelerações do agronegócio neste ano.
Após importações de US$ 2,32 bilhões em 2013, as principais indústrias de máquinas agrícolas e de construção trouxeram mercadorias no valor de US$ 1,84 bilhão para o país em 2014, um recuo de 21%.
Já as empresas voltadas para as tecnologias de defensivos agrícolas e outros insumos, as que lideram as importações no setor do agronegócio, fizeram compras externas no valor de US$ 7,5 bilhões no ano passado, 4% mais do que em 2013. A liderança nesse segmento é da Syngenta, que manteve o mesmo patamar de importações de 2013: US$ 1,8 bilhão.
No setor de carnes, a tendência foi de intensa aceleração nas importações. As duas principais empresas desse setor gastaram US$ 632 milhões com compras externas.
O primeiro lugar ficou com a JBS. Líder nacional em exportações entre as empresas do agronegócio, a JBS também foi a maior importadora no setor de carnes no ano passado. As compras da empresa somaram US$ 348 milhões, com crescimento de 27% em relação a 2013.
Outro setor importante nas importações agrícolas do país, o de fertilizantes, praticamente manteve os mesmos gastos de 2013 no ano passado.
As 12 principais empresas do setor gastaram US$ 4,42 bilhões em 2014, um recuo de 0,45% em relação ao período imediatamente anterior.
A Yara Brasil Fertilizantes, ao somar US$ 2,1 bilhões de importações no ano passado, foi a principal empresas importadora do setor agrícola, desbancando a Syngenta, líder de 2013.
DE OLHO NO PREÇO
cotações
Nova York
Açúcar
(cent. de US$)*15,04
Café
(cent. de US$)*164,55
Chicago
Trigo
(US$ por bushel)5,21
Milho
(US$ por bushel)3,83
- por libra peso
Bunge 1 A multinacional norte-americana teve lucro líquido de US$ 659 milhões no ano passado, 115% mais do que em 2013, conforme dados apresentados no balanço do quarto trimestre.
Bunge 2 Já no quarto trimestre do ano, o lucro líquido recuou para US$ 90 milhões, após ter atingido US$ 138 milhões no quarto trimestre terminado em 2013. O recuo foi de 35%.
Agronegócio As vendas líquidas da empresa somaram US$ 57,8 bilhões no ano passado. Desse valor, US$ 42,8 bilhões vieram de operações do agronegócio, 6% menos do que no ano anterior.
Globalização As importações brasileiras de carnes vindas da Austrália somavam US$ 2 milhões em 2010. No ano passado, o valor subiu para US$ 31 milhões.
Fígado Um dos destaques dessas importações são as miudezas, principalmente a importação de fígados congelados, apontam os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Recuperação 1 As exportações de milho dos norte-americanos renderam US$ 10,6 bilhões de janeiro a dezembro do ano passado. Esse volume supera em 66% o de igual período de 2013.
Recuperação 2 O volume vendido foi de 49,5 milhões de toneladas no ano, 107% mais do que em igual período anterior. Com essa evolução, os Estados Unidos recuperam o mercado perdido devido à seca de há dois anos.