Dilma confirma manutenção de Luciano Coutinho no BNDES
Sem repasses do Tesouro, atuação de banco deverá mudar
Após especulações sobre seu destino no segundo governo da presidente Dilma Rousseff, o Planalto confirmou nesta quinta (19), em nota, que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, permanecerá no cargo.
Segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência, o convite foi feito por Dilma ontem a Coutinho, que aceitou.
Diante das pressões sobre a ex-presidente da Petrobras Graça Foster devido ao escândalo de corrupção na estatal, o executivo chegou a ser cotado para assumir o comando da empresa.
Mas, após a renúncia antecipada de Foster, no início deste mês, Dilma acabou por indicar o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine para a estatal.
HISTÓRICO
Coutinho assumiu a presidência do BNDES em abril de 2007, no governo Lula.
Antes disso, ele era sócio da LCA Consultores, onde atuava como especialista em defesa da concorrência, comércio internacional, projeções macroeconômicas e de mercado.
Sem filiação partidária, mas ligado ao PT atualmente, Coutinho já foi filiado ao PMDB e ao PSB.
Com a decisão do governo de frear os repasses do Tesouro ao BNDES, a instituição terá, nos próximos anos, menos margem para alavancar investimentos.
Nesse novo contexto, o BNDES já anunciou uma redução da sua participação nos financiamentos e elevou os juros de suas principais linhas de crédito.
As medidas, definidas sob orientação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, visam poupar recursos do Tesouro, que aportou R$ 60 bilhões em 2014 para cobrir parte expressiva dos financiamentos do banco estatal.
A redução no estoque de transferências de recursos do Tesouro para as instituições públicas permitirá, segundo analisou Levy, que as metas de superavit primário definidas pelo governo no início do ano sejam cumpridas.