Não há pressa em subir juros, diz BC dos EUA
No Brasil, declaração fez dólar recuar 1,37% e Bolsa de SP terminar em alta de 1,16%
O Fed (o BC dos EUA) está se preparando para subir os juros, mas não tem pressa em fazê-lo. Essa foi a mensagem dada pela presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, em audiência no Senado nesta terça-feira (24), e que animou os mercados.
Ela disse que, caso as condições econômicas continuem melhorando, "como esperado", o Fed começará em algum momento a considerar, reunião a reunião, um aumento na taxa de juros, não sem antes sinalizar a mudança ao mercado.
Desde dezembro, o Fed tem afirmado que será "paciente" ao considerar o início de um novo ciclo de elevação dos juros --que estão entre zero e 0,25% desde 2008.
O termo, segundo a presidente do Fed, significa que um aumento não ocorrerá nas próximas duas reuniões do comitê: março e abril.
Yellen ressaltou, porém, que a mudança de linguagem no comunicado não indicaria mudança na taxa imediatamente na reunião seguinte.
A cautela da presidente reflete o desejo da autoridade monetária de evitar uma turbulência nos mercados financeiros até que tenha mais clareza sobre a saúde da maior economia mundial.
DÓLAR
Para os mercados emergentes (inclusive o Brasil), com o aumento dos juros americanos, a tendência é que haja um êxodo de investimentos para os EUA, em busca do rendimento e da maior segurança da economia americana.
A tendência desse movimento é que o dólar se valorize em relação às divisas dos países emergentes.
Nesta terça, porém, com a sinalização de Yellen de que os juros continuarão perto de zero, ao menos no curto prazo, o dólar recuou para o patamar de R$ 2,83 e a Bolsa de São Paulo subiu 1,16%.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 1,37%, a R$ 2,833, e se manteve no maior patamar desde 8 de novembro de 2004. O comercial, usado no comércio exterior, caiu 1,56%, a R$ 2,834, também no maior valor desde novembro de 2004.