Vaivém das Commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Eldorado descarta concentração na celulose
O aumento mundial da produção de celulose, principalmente pelas indústrias brasileiras, tem colocado o assunto da consolidação do setor em evidência.
Essa consolidação passa por união de empresas ou pela compra de uma pela outra.
José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil, localizada em Três Lagoas (MS), diz que conceitualmente a discussão faz sentido em uma indústria de capital intensivo e de ciclo longo.
Cada vez que se consolida, há uma melhora da capacidade de concorrência e de precificação no mercado internacional, segundo ele.
Mas, ao avaliar o mercado brasileiro, Grubisich diz que hoje as condições de uniões são pouco prováveis. Todas as empresas têm crescimento, e os acionistas não estão olhando a questão da consolidação como prioritária.
"Consolidação é um negócio em que ou você tem alguém muito rico que paga um prêmio suficiente para alguém vender ou você tem alguém muito pobre que está precisando de alguém que venha ajudá-lo. Não é caso de ninguém neste momento."
"Os preços da celulose sobem, o câmbio ajuda, e a demanda cresce. Com isso, em todas as empresas se fala em projetos. Não há a impressão de que o estado de espírito seja de consolidação", diz.
Há um crescimento da demanda mundial em pelo menos 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, e algumas fábricas estão fechando, principalmente em países menos competitivos.
"A entrada de uma nova fábrica pode gerar volatilidade no início da operação, mas depois o mercado se ajusta."
Na avaliação de Grubisich, o Brasil é muito competitivo neste setor e vai deslocar os menos competitivos.
Greve 1 Os efeitos da redução de oferta de alguns produtos na Ceagesp (entreposto de São Paulo), devido à greve dos caminhoneiros, ainda não foram incorporados ao índice de inflação dos paulistanos. Os da seca, sim.
Greve 2 As principais altas ocorreram no setor de verduras, que, em média, subiram 15,5% em 30 dias. A escarola liderou, com evolução de 24%, seguida da alface (mais 20%), de acordo com dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas).
Brasil terá mais trigo da Argentina nesta safra
Os argentinos poderão ter 7,2 milhões de toneladas de trigo para exportação na safra 2014/15. São estimativas divulgadas nesta quinta-feira (26) pela Secretaria de Comércio do país vizinho.
Se confirmado, esse volume restabelecerá o fluxo de compras do Brasil, interrompido nos últimos dois anos devido à baixa disponibilidade de trigo dos argentinos.
O Ministério da Agricultura da Argentina divulgou também nesta quinta-feira que o volume de soja a ser produzido na safra 2014/15 deverá atingir 58 milhões de toneladas.
Esse volume fica próximo do avaliado pelo mercado e indica evolução de 9% em relação aos 53,4 milhões de toneladas da safra imediatamente anterior.