Mercado MPME
Será que pega?
Sete consultorias apontam quais setores podem ser tendência em franquias em 2015 e quais podem não sobreviver a mais uma estação
A novidade no fim da década passada era a franquia de frozen yogurt. Vieram depois os cupcakes, as esmalterias e as mais recentes ondas de lojas de bolos caseiros e paletas mexicanas, que floresceram no ano passado.
O movimento se repete com certa periodicidade no setor de franquias: um produto ou serviço novo chega e começa uma corrida do ouro.
Em seguida, a febre passa, e apenas as marcas mais bem estruturadas continuam. "É uma coisa darwiniana, só as mais fortes sobrevivem às crises", diz Cristina Franco, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Para tentar descobrir quais serão os setores com mais lançamentos de redes neste ano, a Folha ouviu sete consultorias especializadas no desenvolvimento de redes.
Da amostra de 70 novas empresas que se tornarão franquias, não há uma única nova moda do próximo verão, mas há indícios de que setores como saúde, alimentação (principalmente nas versões gourmet de alimentos populares) e estética terão destaque neste ano.
São atualmente 2.941 marcas de franquias no Brasil, e a ABF espera um aumento de 8% (235) até o fim do ano, mesmo diante de perspectivas pessimistas para a economia.
Uma das empresas que lançarão sua primeira franquia neste ano é a Clínica Iarossi. O dentista Jorge Iarossi, 46, afirma que a empresa foi aberta em Guarulhos (SP) em 1992 e, desde então, abriu quatro unidades próprias.
O investimento para abrir um centro de emergência com clínica partirá de R$ 350 mil. A expectativa de faturamento é de ao menos R$ 100 mil e pode chegar a R$ 450 mil, diz.
Outro segmento que apresenta potencial de crescimento é o de tecnologia e comunicação. Responsável por 1,8% do faturamento de todo o setor de franquias, ele foi o que teve maior crescimento percentual em 2014 (27%), chegando ao nível de R$ 2,3 bilhões.
Para aproveitar esse mercado, a We Do Logos encarou o desafio de adaptar seu modelo virtual para ser franquia.
A empresa tem serviço que conecta quem quer criar um logotipo a uma comunidade de 54 mil designers autônomos. O franqueado, que investe R$ 15 mil para entrar na rede, é responsável por vender os serviços da empresa em sua área de atuação.
Ele fica com uma comissão pelos pedidos que conseguir trazer para a plataforma digital da empresa, explica Gustavo Mota, 33, fundador. A meta da empresa é selecionar 30 franqueados neste ano.
NOVA OU VELHA
Investir em uma rede de franquias recém-lançada traz ao empreendedor oportunidades e riscos.
Em geral, por ainda não terem nem experiência nem uma marca consolidada, as redes mais novas cobram taxas menores de investimento, diz Marcus Rizzo, consultor do segmento.
Por outro lado, quem entra em uma franquia desse tipo pode se ver na situação de um "menor abandonado", afirma o consultor.
"É comum que franqueadores de redes novas deem a maior parte de sua atenção à abertura de novas unidades e quase nenhuma a orientar quem cuida das lojas", diz.