Shoppings poderão vender energia em leilão
As distribuidoras de energia elétrica poderão contratar em leilão a energia excedente de autogeradores, como shoppings e indústrias.
A autorização foi dada por meio de portaria assinada, nesta quarta-feira (11), pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
O modelo pretende fazer com que as distribuidoras possam pagar preços diferentes pela energia contratada, conforme o tipo de fonte.
Assim, usinas a óleo que são mais caras, por exemplo, poderão vender acima do teto estabelecido hoje, de R$ 388 por megawatt-hora.
Os gastos pela compra da energia extra serão pagos pelo consumidor, por meio de aumento nas tarifas. Os gastos extra serão encarados como parte do ESS (Encargo de Serviço do Sistema), repercutindo sobre os reajustes ordinários dessas distribuidoras.
A medida é mais uma tentativa de conseguir atender a demanda dos consumidores diante dos baixos estoques de água nos reservatórios das hidrelétricas e com a necessidade permanente de uso total do parque térmico.
Shoppings e indústrias são grandes consumidores de energia e, em geral, possuem equipamentos de geração para auxiliar no fornecimento interno ao longo do dia.
Com a medida, o potencial de geração nesses empreendimentos, que vinha sendo desperdiçado, será utilizado pelo sistema elétrico e remunerado pelos consumidores.
Caberá às distribuidoras de energia, em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica, medir esse potencial e instalar os equipamentos de controle dessa geração.
A agência reguladora deverá padronizar o modelo para esses contratos e autorizar o início das chamadas públicas. O potencial de contratação elétrica e os valores oferecidos em leilão ainda não foram divulgados.
CAMPANHA
O governo também aposta numa campanha de estímulo à economia de energia para garantir o abastecimento.
A campanha de estímulo ao uso racional de energia, coordenada pela Secretaria de Comunicação da Presidência deve ser divulgada a partir desta quinta (12) e prioriza ações na TV.
Além disso, a União criou um pacote que prevê a manutenção das termelétricas em sua disponibilidade máxima de operação, recolocou em funcionamento uma térmica em Uruguaiana (RS) no mês passado e avalia ampliar importações de energia de Uruguai e Argentina.
Para abastecer a térmica, o país está importando gás natural da África. (JULIA BORBA E MARCELO TOLEDO)