Efeitos da crise 2
Pirelli negocia o afastamento de 1.500 funcionários por 5 meses
DE SÃO PAULO - A Pirelli anunciou nesta quarta (1º) que estuda a possibilidade de realizar um "layoff" (suspensão temporária de contratos de trabalho) de cinco meses para cerca de 1.500 funcionários de suas quatro fábricas no Brasil.
O "layoff", ainda negociado entre a Pirelli e o sindicato da categoria, terá início no fim do mês, caso seja confirmado. A medida atingiria funcionários de Santo André e Campinas, em São Paulo, Gravataí, no Rio Grande do Sul, e Feira de Santana, na Bahia.
Segundo a fabricante de pneus, o "layoff" serviria para "adequar o nível de produção à demanda atual e futura".
As incertezas na economia atingiram em cheio o mercado de automóveis, que acumula retrações desde o ano passado. No primeiro trimestre deste ano, as vendas caíram 17%.
Já a indústria de pneus registrou recuo de 3,4% no primeiro bimestre. O desempenho negativo foi causado principalmente pela retração de 19,4% no fornecimento às montadoras de veículos, segundo a Anip (associação do setor).
O anúncio do possível "layoff" ocorre uma semana depois de a italiana Pirelli ser comprada pela estatal chinesa China National Chemical Corp. (ChemChina), do setor petroquímico e pneumático.