Dólar volta a cair, e Bolsa tem nova alta
Sinais de que a retomada dos EUA ainda não é vigorosa reduzem temor de investidores
Moeda americana fecha em R$ 3,09 e índice Ibovespa vai ao maior patamar desde novembro de 2014
Os números menos favoráveis da economia norte-americana divulgados na sexta-feira (3) fizeram a Bolsa brasileira registrar nova alta e a cotação do dólar voltar a cair.
Com uma recuperação dos EUA menos intensa, a tendência é que o banco central americano não antecipe a elevação de sua taxa de juros. E, quando os juros dos EUA subirem, devem atrair para lá investidores hoje no Brasil.
"As apostas para a alta da taxa de juros americana se dissiparam. Na melhor das hipóteses, poderá acontecer somente no segundo semestre ou no final de ano", afirma Marco Aurélio Barbosa, analista da Capital Markets.
O dólar chegou ao patamar mínimo de R$ 3,08 nesta segunda (6), mas fechou em R$ 3,09. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,86%, para R$ 3,093. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou em R$ 3,123.
Além do impacto dos números do mercado de trabalho americano, contribuiu para a queda do dólar a avaliação, por parte de investidores, de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguirá convencer o Congresso a aprovar as medidas necessárias para o ajuste fiscal.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve alta de 1,16%, para 53.737 pontos --melhor resultado desde o final de novembro.
Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora, "o Brasil tem um cenário particular: real desvalorizado diante do dólar, com ativos de capital muito baratos, e taxa de juros alta".
INCERTEZAS NOS EUA
O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afirmou nesta segunda (6) que o momento da alta do juro é incerto. Para ele, o banco central dos EUA precisa observar se a fraqueza recente na economia americana, influenciada também pelo inverno rigoroso dos últimos meses, não é prenúncio de uma desaceleração mais substancial.
As declarações vieram após a divulgação de dados pelo Departamento de Trabalho que mostraram que foram criados 126 mil postos de trabalho em março --menos que a metade das vagas criadas em fevereiro e o menor ganho desde dezembro de 2013.