Grécia prepara moratória caso negociação com credores fracasse
Com os cofres vazios, país ameaça reter pagamento para credores
A Grécia está se preparando para o dramático passo de decretar moratória a menos que consiga chegar a acordo com seus credores até o fim deste mês, segundo pessoas informadas sobre o governo esquerdista radical do país.
O governo decidiu que reterá € 2,5 bilhões em pagamentos devidos para o FMI em maio e junho, se não surgir acordo. "Se os europeus não liberarem verbas de resgate, não haverá alternativa [à moratória]", disse um funcionário do governo.
O alerta pode ser uma tática de negociação, refletindo o objetivo do governo de extrair as condições mais favoráveis que puder dos credores da Grécia, mas ainda assim sublinha a realidade dos cofres do Estado, que estão se esvaziando rapidamente.
A moratória é uma perspectiva para a qual outros governos europeus, irritados pelo que veem como táticas pouco profissionais de negociação e retórica de confronto do governo grego, também começam a preparar planos de contingência.
No curto prazo, a moratória certamente resultaria na suspensão da assistência emergencial à liquidez provida pelo Banco Central Europeu (BCE) ao setor financeiro grego, no fechamento de bancos gregos. E, ainda que uma moratória não force uma saída automática da zona do euro, ela tornaria muito mais difícil a permanência da Grécia no bloco de 19 membros.
O Ministério das Finanças grego reafirmou nesta segunda-feira (13) o compromisso do governo de buscar um acordo com os credores. "Continuamos ininterruptamente à busca de uma solução mutuamente benéfica, de acordo com o mandato que recebemos nas urnas."
A Grécia deve pagar € 203 milhões ao FMI em 1º de maio e mais € 770 milhões em 12 de maio. Mais € 1,6 bilhão vence em junho. O governo está tentando encontrar dinheiro para pagar neste mês € 2,4 bilhões em aposentadorias e salários de funcionários públicos.