Governo prepara plano B para banda larga
Alternativa à meta de levar fibra óptica até a casa do cliente seria instalar rede até as centrais telefônicas de cada cidade
Opção custaria R$ 10 bi, ante R$ 50 bi do programa original; atrativo para teles seria estender concessão
O Ministério das Comunicações e a Anatel estudam obrigar as operadoras de telefonia fixa a levar fibra óptica às centrais telefônicas de cada cidade para a oferta de banda larga em alta velocidade.
Hoje, só 2.700 municípios têm centrais com fibra. A maior parte só permite o tráfego de dados com velocidade inferior à que o governo quer (2,5 Gbps).
As metas estão sendo discutidas para forçar as teles a investir na rede pela qual hoje oferecem a telefonia fixa, serviço que é objeto dos contratos de concessão e que corre o risco de acabar devido ao uso de celular e de internet.
A Folha apurou que o governo pretende resolver tudo no novo Plano Geral de Metas de Universalização, em preparo na Anatel. Há até a possibilidade de que a definição do que é serviço de telefonia fixa seja revista.
Hoje, a rede que faz parte do contrato de concessão prevê uma velocidade de até 64 kbps para a banda larga --o que pode ser revisto, caso as teles não aceitem as metas.
A proposta em estudo seria um plano B diante das dificuldades impostas pelo Banda Larga para Todos, programa que pretende oferecer internet a 98% do país com 25 Mbps de velocidade até 2018.
O investimento seria de R$ 50 bilhões, e as teles teriam de levar a fibra até a casa do cliente para garantir a velocidade. Com a fibra até as centrais, seriam necessários R$ 10 bilhões, mas a velocidade, na ponta, seria bem menor.
Para atrair as teles, o governo quer estender os contratos de concessão até 2036. Assim, daria para amortizar o novo investimento. Além disso, admite rever a conta dos bens que as teles teriam de devolver ao término do contratos. No balanço, elas lançam esses bens como ativos.
Quanto menor for o número, melhor. O governo até aceita abrir mão do valor se ele virar investimento.