Acordo com Grécia tem de levar em conta justiça social, diz BCE
Draghi indica que está disposto a aceitar cortes de gastos menores por Atenas
O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, umas das principais lideranças do bloco, indicou que está disposto a exigir do governo grego um programa econômico menos doloroso.
O italiano afirmou que a "justiça social" tem de ser um dos elementos considerados na formulação do programa para receber ajuda financeira dos seus credores (União Europeia e FMI).
Ele também sinalizou que aceitaria metas fiscais mais frouxas do que as atualmente exigidas do governo grego.
"A piora do cenário de crescimento da economia grega", afirmou, "deve ser levada em consideração na hora de determinar quais devem ser as metas exigidas de superavit primário."
A afirmação de Draghi, nesta quarta-feira (3), aconteceu horas antes do encontro de Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.
Segundo a comissão, houve progressos nas negociações, mas um acordo não foi fechado e as duas partes continuarão a se reunir. "O trabalho intenso continua", afirmou, em comunicado.
Antes do encontro, Tsipras disse que os credores teriam de "concordar com a realidade". "Eu vou apresentar a proposta do governo grego, e estou confiante de que a liderança política da Europa fará o que for necessário."
Autoridades europeias dizem que esperam que um acordo seja fechado até o fim desta semana.
Pela proposta dos credores, a Grécia terá de fazer um superavit primário crescente nos próximos anos: 1% neste ano, 2% no ano que vem, 3% em 2017 e 3,5% em 2018.
A meta é inferior à exigida no atual pacote de resgate, mas vai exigir corte de gastos mais duros do que Atenas sinalizou estar disposta a fazer.