Grécia indica que não vai recuar em acordo
Atenas sinaliza que não vai acertar exigências de credores para receber resgate
Um dia depois de o FMI retirar sua equipe de negociadores por falta de progresso nas negociações com o governo grego, Atenas afirmou que continua a buscar um acordo com os credores, mas deu poucos sinais de que está disposta a aceitar as demandas por reformas econômicas.
A Grécia afirmou que preparou um novo plano que inclui a reestruturação da dívida do país, mas deixa de fora mudanças na Previdência, exatamente uma das principais exigências dos credores (FMI e União Europeia) para fechar um acordo que libere a parcela final de € 7,2 bilhões de verbas de resgate.
Segundo uma autoridade grega, o plano prevê metas "baixas" de superavit primário para este ano e para o próximo, mas não deu detalhes. Credores têm negociado superavit de 1% do PIB em 2015 e 2% em 2016, patamar inferior ao determinado no atual pacote de resgate, mas superior ao exigido por Atenas.
O governo grego disse que vai enviar neste sábado (13) a proposta para Bruxelas, sede da Comissão Europeia (braço executivo da UE).
Na semana que vem, os ministros das Finanças da zona do euro vão se reunir, e o encontro é visto como a última oportunidade para impedir um calote grego.
Funcionários acreditam que, se não surgir acordo até a próxima semana, os legislativos da Grécia e dos demais países da zona do euro não terão prazo para aprovar leis que autorizem o acesso de Atenas às verbas de resgate antes do vencimento de duas grandes dívidas.
Além da estratégia de Atenas de não aceitar mudanças na Previdência Social nem no sistema tributário, pesa contra um acordo a insistência grega de uma reestruturação da dívida pública, o que visto com reticência pelas autoridades europeias.
Na quinta-feira (11), o FMI retirou sua equipe de negociação de Atenas porque não estava havendo um avanço na tentativa de acordo já que as divergências entre os dois lados não estavam sendo discutidas.
O governo grego disse nesta sexta, porém, que a saída dos negociadores se deveu a uma "disputa interna" entre os funcionários.
BOLSA
O impasse nas negociações sobre a dívida grega colaborou para que a Bolsa brasileira fechasse em queda: o Ibovespa recuou 0,64%.
Houve também impacto no câmbio. O dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,35%, para R$ 3,119.