Mulheres mais velhas caem em golpe em sites de namoro
Elas são os alvos ideais de criminosos por dispor de poupanças acumuladas ao longo da vida e ter casas próprias
No começo, a atenção constante parecia doce e muito especial. Janet Cook, secretária de uma igreja na Virgínia (EUA), era viúva havia uma década quando começou a usar um site de namoro e rapidamente se viu mergulhada em e-mails, telefonemas e planos para uma visita.
"Não sou estúpida, mas fui totalmente ingênua", diz Cook, 76, que se viu conquistada pelas atenções de um homem que dizia se chamar Kelvin Wells e se descrevia como um empresário alemão de meia-idade em busca de uma pessoa "confiante" para acompanhá-lo em viagens.
Mas em breve ele começou a descrever vários problemas, entre os quais uma internação hospitalar em Gana, para onde teria viajado a negócios, e a pedir que Cook o socorresse. No total, ela enviou quase US$ 300 mil ao homem, que aparentemente seguiu um roteiro bem desenvolvido que criminosos empregam para obter dinheiro de membros desses sites.
Muitos dos alvos são mulheres, especialmente na casa dos 50 e 60 anos, muitas vezes aposentadas e vivendo sozinhas. Não se sabe ao certo o número de pessoas vitimadas por fraudes em romances on-line, mas quase 6.000 pessoas apresentaram queixas quanto a fraudes de exploração como essas no segundo semestre do ano passado, relatando prejuízos de US$ 82,3 milhões, de acordo com o Centro de Queixas sobre Crimes de Internet, uma agência federal dos EUA.
Pessoas mais velhas são alvos ideais porque muitas vezes dispõem de poupanças acumuladas ao longo da vida, são donas de suas casas e são suscetíveis a ser enganadas por alguém determinado a fraudá-las. A maioria das vítimas fica envergonhada em admitir o ocorrido, por medo de serem ridicularizadas por familiares e amigos.
"É imperativo, para alguém que pensa ter sido trapaceado, agir rapidamente e notificar seu banco e as autoridades", afirmou David Farquhar, da seção de crimes financeiros do FBI.