Investir em dólar agora é aposta mais arriscada, dizem analistas
Avaliação é que alta pode não ser tão expressiva daqui para frente
Fundos cambiais, que permitem ganhar com variação da divisa não são recomendáveis
Ainda que a alta do dólar seja uma das primeiras consequências previstas após a perda do grau de investimento, o efeito pode ser limitado, afirmam analistas.
Como a moeda americana já vinha registrando forte elevação nos últimos meses, o aumento pode não ser tão expressivo daqui para frente.
No ano, o dólar acumula valorização de 46,5% sobre o real –caminhando para a maior alta anual desde 2002.
Diante desse cenário, não é recomendável que o pequeno investidor aposte em fundos cambiais como alternativa de investimento, afirmam analistas.
"Acho arriscado especular com moeda estrangeira. Mesmo investidores experientes costumam se 'dar mal' com isso", diz o consultor financeiro André Massaro.
Esse tipo de aplicação é interessante para quem tem despesas em moeda estrangeira ou uma viagem planejada para o exterior, afirma Eduardo Moreira, sócio da corretora Geração Futuro.
As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio corroboram com a expectativa de desaceleração na alta do dólar.
Na última quinta-feira (10), um dia após a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortar a nota soberana do Brasil, a autoridade monetária promoveu um leilão de US$ 1,5 bilhão de linhas de crédito.
Com isso, injetou dinheiro novo no mercado com compromisso de recompra em janeiro e abril de 2016. A operação ajudou a conter a escalada da moeda, que havia alcançado R$ 3,907 na máxima daquele dia.
"A alta do dólar prejudica a inflação. O governo tem duas opções: elevar mais os juros ou reforçar a intervenção no câmbio", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.