Análise
Carro a diesel já fazia parte do passado tecnológico da empresa
Até estourar o escândalo do software, carros a diesel já faziam parte do passado tecnológico para o grupo Volkswagen. A empresa vinha dando pistas disso, e confirmou seus planos no salão de Frankfurt, aberto até domingo (27).
"O Audi e-tron pode rodar 500 km com baterias cheias, e uma recarga de 30 minutos permite percorrer mais 400 km", disse Ulrich Hackenberg, diretor da Audi, ao apresentar o conceito que estará no utilitário esportivo Q6.
Também parte do grupo alemão, a Porsche mostra o protótipo Mission E, elétrico. A própria Volkswagen exibe um Tiguan conceitual, que dispensa combustível fóssil.
Não há acaso: se todos esses veículos surgiram ao mesmo tempo em Frankfurt, significa que os carros a diesel chegaram a um limite de eficiência, não sendo mais economicamente (e talvez tecnicamente) viável reduzir seus volumes de emissões de poluentes e de gás carbônico.
Vale destacar que não se trata de abandonar o carro a diesel, mas de investir em tecnologias que atendam às futuras etapas de programas de controle de emissões nos EUA e na Europa. O cálculo é feito com base em médias de emissões, e um portfólio de carros "verdes" ajuda na conta.
EUA E EUROPA
Com o escândalo do software, fica comprovado que o limite do que a empresa tinha a oferecer no momento já havia sido ultrapassado.
Se nada fosse descoberto, ela seguiria a passos largos rumo a soluções menos agressivas ao ambiente, como turbo, injeção direta de gasolina, sistemas híbridos e veículos elétricos de alta eficiência.
Agora, será preciso sair da zona de conforto, tentar salvar a imagem e colocar mais rapidamente nas ruas as propostas que estão sendo exibidas em Frankfurt.