Portugal aprova venda da TAP para consórcio de dono da Azul
Negócio ainda precisa do aval das autoridades regulatórias europeias
A Autoridade da Concorrência de Portugal aprovou a venda da companhia aérea portuguesa TAP para o consórcio Atlantic Gateway, que tem entre os integrantes David Neeleman, fundador brasileira Azul.
A aprovação ocorreu depois que o governo português anunciou em 11 de junho que o consórcio formado por Neeleman e o presidente da transportadora portuguesa Barraqueiro, Humberto Pedrosa, venceu o leilão de privatização de 61% da TAP.
"A Autoridade decidiu não se opor à operação por considerar que dela não resultarão entraves significativos à concorrência efetiva nos mercados relevantes identificados", disse o órgão de defesa da concorrência de Portugal.
Segundo dados divulgados em junho, quando a compra foi anunciada, o governo português vai receber € 10 milhões com a privatização, em uma operação que depende de aval das autoridades regulatórias europeias.
Neeleman e o sócio Humberto Pedrosa, empresário do ramo de transportes e 15º homem mais rico de Portugal, vão assumir as dívidas da TAP, que somam € 1 bilhão, e se comprometem a injetar pelo menos € 338 milhões na empresa e a modernizar a frota com 53 aviões.
O governo manterá 34% das ações. Os 5% restantes vão para os trabalhadores.
No consórcio formado para a aquisição da TAP, Pedrosa tem 50,1%, e a DGN, de Neeleman, o restante. O dono da Azul não revelou o nome do investidores da DGN.
Americano nascido no Brasil, Neeleman disputou a empresa aérea portuguesa com o brasileiro German Efromovich, dono da Avianca e que chegou a ter sua oferta pela TAP aceita dois anos atrás, no início do processo de privatização, mas posteriormente rejeitada pelo governo português sob a alegação de falta de garantias.