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Enfermeira que foi à África desafia quarentena nos EUA
Desafiando ordem de quarentena, uma enfermeira americana que cuidou de pacientes com ebola em Serra Leoa, e cujo teste para a doença deu negativo, saiu de sua casa nesta quinta-feira (30) para passear.
Imagens de TV mostraram Kaci Hickox, 33, andando de bicicleta com o namorado em Fort Kent, no Maine, na fronteira com o Canadá.
Seus advogados disseram que não receberam nenhuma ordem judicial para que sua cliente mantivesse resguardo de 21 dias, tempo de incubação do vírus, e que, se a receberem, recorrerão da decisão.
O governo de Maine determinou o isolamento dela e disse que irá utilizar "toda força legal" para que a medida seja cumprida.
Hickox, que trabalhava para a ONG Médicos Sem Fronteiras, diz que está totalmente saudável e que cuida de sua saúde, verificando a temperatura duas vezes por dia.
MEDO
Norman Siegel, um dos advogados, afirmou que Hickox evitou ir ao centro da cidade para não assustar as pessoas.
"Como não há uma ordem judicial, ela pode sair em público. E, mesmo que discordem da sua atitude, espero que as pessoas respeitem o fato de que ela está levando em conta o medo da população, baseado na desinformação sobre a forma como a doença é transmitida", disse.
O advogado criticou o governador do Maine, Paul LePage, dizendo que, em vez de usar sua posição para educar os cidadãos sobre a doença, ele está atiçando o medo.
Ao retornar da África, a enfermeira já havia entrado em confronto com o governador de New Jersey, Chris Christie.
Assim que desembarcou no aeroporto de Newark, Hickox foi colocada em isolamento em uma tenda antes de ser transportada para sua casa no Maine. Acabou liderada nesta quarta-feira, com a condição de que cumprisse a quarentena em casa.
Alguns Estados dos EUA impuseram quarentenas automáticas de 21 dias para médicos e enfermeiros que retornam aos EUA após terem cuidado de doentes em Serra Leoa, Guiné e Libéria.
Políticos republicanos, de oposição, acusam o governo do presidente Barack Obama de fazer muito pouco para proteger os americanos da doença.