Briga de presidente com professores fomenta protestos
Bandeiras com imagens de Lênin, Stálin e Zapata se destacam no acampamento de cerca de 250 professores na esplanada do Monumento à Revolução, na Cidade do México. As barracas estão ali desde setembro de 2013.
A briga dos professores com o presidente Enrique Peña Nieto é um importante ingrediente nas manifestações. Sindicatos de professores participaram da ocupação dos aeroportos de Acapulco e Oaxaca e encabeçaram várias passeatas. O desaparecimento dos 43 alunos também atraiu atenção para as paupérrimas escolas rurais, mantidas pelo governo federal.
Ao chegar ao poder, em 2012, Peña Nieto anunciou uma reforma educativa que avaliaria os professores públicos por desempenho e mudaria a transferência de verbas.
A maior oposição veio do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação, o maior do país, com 1,4 milhão de membros. Até então o sindicato era o responsável por contratar professores e gerir as escolas públicas do país.
Pouco depois, foi presa a então presidente do sindicato, Elba Esther Gordillo, poderosa integrante do partido governista, o PRI. Em 24 anos no cargo, ela havia desviado US$ 240 milhões.
"Houve um racha interno no PRI entre os reformistas de Peña Nieto e os sindicalistas, movimentos indígenas e grupos próximos da guerrilha", disse à Folha Rossana Fuentes Beráin, professora do Instituto Tecnológico Autônomo do México (Itam).
REPRESSÃO
Neste sábado (15), o secretário de Governo, Miguel Angel Chong, se reuniu com empresários e garantiu que tomará as "medidas necessárias" para conter protestos violentos no país. Só no Estado de Guerrero, 42 ônibus e 246 caminhões teriam sido "sequestrados" pelos manifestantes, segundo o Conselho de Coordenação Empresarial.