Farc libertam general e pedem trégua
Sequestro dele e de mais duas pessoas havia paralisado negociações com governo colombiano, que já duram 2 anos
Presidente da Colômbia reitera que conversas com a guerrilha vão prosseguir, mas rejeita que haja cessar-fogo
As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) libertaram neste domingo (30) o general Rubén Darío Alzate, o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego, sequestrados no último dia 16 no noroeste do país, anunciou o presidente do país, Juan Manuel Santos.
Em mensagem em sua conta no Twitter, Santos indicou que todos se encontram "em perfeitas condições" e que espera que eles se reúnam em breve com seus familiares.
Em comunicado divulgado após a libertação dos reféns, as Farc pediram novas regras para as negociações de paz e um acordo de cessar-fogo para evitar novas interrupções no processo.
"Precisamos redesenhar as regras do jogo, porque um processo de paz não pode estar sujeito a nenhum tipo de ação precipitada que atrase a nossa reconciliação", disseram os guerrilheiros em uma nota.
A guerrilha exortou o presidente Santos a decretar um cessar-fogo bilateral, "para que nenhum sucesso bélico no campo de batalha sirva de justificativa para a interrupção do processo de paz".
Alzate é o militar de mais alta patente já sequestrado pelas Farc.
O sequestro, que deixou a Colômbia perplexa, fez com que Santos suspendesse os diálogos de paz mantidos há dois anos com as Farc em Havana. Eles agora deverão ser retomados.
Em comunicado, o presidente disse que a libertação dos reféns "contribui para um clima favorável à continuação das negociações", mas reafirmou sua convicção de que o processo de paz precisa prosseguir sem que haja acordo de cessar-fogo.
O temor é que as Farc usem uma eventual trégua para se fortalecer.
O conflito, que já dura quase cinco décadas, já matou mais de 220 mil pessoas na Colômbia.
A libertação aconteceu exatamente duas semanas após o sequestro, em uma remota área de selva do departamento de Chocó, no noroeste do país.
Em comunicado, Cuba e Noruega, responsáveis pela intermediação da negociação de paz em Havana, destacaram a atitude construtiva do governo e das Farc na libertação dos três reféns e reiteraram seu apoio ao processo de paz.
As negociações estavam em recesso desde 2 de novembro e deveriam ter sido retomadas dia 18.