Confronto deixa pelo menos 20 mortos na capital da Tchetchênia
Ataques são reivindicados por rebeldes islâmicos contrários a governo pró-russo
Ao menos dez policiais e dez rebeldes islamitas morreram nesta quinta (4) em conflitos no centro de Grozni, capital da Tchetchênia, república russa no norte do Cáucaso.
Ramzan Kadyrov, o líder tchetcheno apoiado por Moscou, escreveu no Instagram que "seis terroristas foram aniquilados" depois de terem atacado um carro da polícia.
Mais tarde, o Comitê Antiterrorismo Nacional da Rússia elevou para dez o número de rebeldes mortos e informou que outros 28 policiais ficaram feridos nos ataques.
Segundo o comitê, um grupo de rebeldes atacou durante a madrugada uma área na estrada e depois a Casa da Imprensa de Grozni, sede de vários meios de comunicação.
O movimento islamita Emirado do Cáucaso reivindicou os ataques e declarou que a operação foi uma ordem do novo líder do grupo, o xeque Ali Abu Muhammad.
Após a primeira guerra da Tchetchênia (1994-1996) entre as forças federais russas e os separatistas, a rebelião foi assumindo um caráter religioso até se transformar, no início dos anos 2000, em um movimento islâmico armado em todo o norte do Cáucaso.
Os rebeldes caucasianos enviaram muitos combatentes para a milícia radical Estado Islâmico (EI), que domina áreas do Iraque e da Síria.
Ao que parece, o EI apoia a luta dos jihadistas tchetchenos contra o governo russo. O EI divulgou recentemente vídeo com a ameaça de provocar guerra na Tchetchênia.
PUTIN
No discurso do "estado da nação", que faz anualmente no Parlamento, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, condenou os governos ocidentais por isolarem Moscou devido à disputa na Ucrânia.
"Cada vez que alguém acredita que a Rússia se tornou muito forte e independente, aplica imediatamente estes tipos de medida".
Putin disse que as sanções ofereceram um estímulo para a economia do país, que, segundo ele, permanece aberto ao investimento estrangeiro.
Ele afirmou que a Rússia não irá pelo caminho do isolamento e continuará a cooperar com os EUA e a Europa.
Em reunião da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) em Basileia (Suíça), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que "os EUA e países que apoiam a soberania e os direitos da Ucrânia não buscam um confronto. Não queremos que a Rússia se isole por suas próprias ações".