Serra Leoa proíbe festas de fim de ano
Medida visa conter disseminação do ebola; país ultrapassa vizinha Libéria e concentra maior número de vítimas
De acordo com dados da OMS divulgados na quarta (10), epidemia já matou 6.583 pessoas em sete países
As autoridades de Serra Leoa anunciaram nesta sexta-feira (12) que celebrações públicas de Natal e Ano Novo estão proibidas para impedir a propagação do ebola.
No período das festas, soldados serão enviados às ruas para garantir que as pessoas fiquem dentro de casa.
"Nos asseguraremos de que todos fiquem em casa para refletir sobre o ebola", disse Palo Conteh, diretor da Comissão Nacional de Reposta contra o Ebola.
Conteh não informou, entretanto, quando a medida entrará em vigor nem se haverá exceções.
Apesar da maioria dos leoneses seguirem o islã, cerca de 25% são cristãos e as celebrações natalinas nas ruas são habituais.
Atualmente, escolas, bares e discotecas do país já estão fechados, além de reuniões públicas estarem proibidas.
NÚMEROS
Neste mês, Serra Leoa superou a Libéria e se tornou o país com o maior número de vítimas da doença.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados na quarta (10), mais de 8.000 pessoas já contraíram a doença no país, sendo que cerca de 1.900 morreram.
De acordo com o jornal local "Awoko", o presidente Ernst Bai Koroma pediu que líderes tribais e autoridades locais conscientizem a população, sugerindo que deixem de realizar rituais e práticas tradicionais que envolvam contato físico. Só nas últimas três semanas, foram registrados 1.319 novos casos do vírus no país, principalmente nas regiões norte e oeste.
"Apesar da ajuda internacional, o número de casos continua aumentando", lamentou Koroma.
Ainda segundo a OMS, a epidemia já matou 6.583 pessoas em sete países.