Polícia da Bélgica mata dois em operação antiterrorista
Ação frustra plano de ataque a prédios policiais; suspeito é preso em Verviers
Ofensiva tem como alvo radicais que voltam da Síria e ocorre em meio a caçada por cúmplices de terroristas da França
As forças de segurança da Bélgica mataram dois suspeitos de terrorismo vinculados à Síria durante um tiroteio em uma operação antiterrorista em Verviers, no leste do país, na quinta-feira (15).
Segundo autoridades belgas, um homem também foi preso na ação, que fez parte de pelo menos outras dez batidas policiais na cidade e na região de Bruxelas.
Os três eram cidadãos da Bélgica, que tem uma das maiores concentrações de europeus lutando na Síria.
A ofensiva, disseram as autoridades, frustrou um grande ataque que seria lançado contra prédios da polícia em "horas ou dias". O alerta terrorista belga foi elevado para 3, o segundo nível mais alto.
"Por vários minutos, os suspeitos abriram fogo com armamento militar e revólveres antes de serem neutralizados", disse Eric Van der Sypt, da Procuradoria Federal, durante coletiva em Bruxelas.
Testemunhas afirmaram ter ouvido disparos em um prédio em uma rua residencial perto da estação de trem da ex-cidade industrial, que fica entre Liège e a fronteira alemã e a cerca de 125 km de Bruxelas. Verviers tem uma ampla população imigrante.
Segundo um agente antiterrorismo belga citado pelo canal americano CNN, o grupo alvo da operação teria sido instruído pelo Estado Islâmico a lançar ataques na Bélgica e outros países europeus em represália aos ataques aéreos liderados pelos EUA contra a facção na Síria e Iraque.
A ofensiva na Bélgica ocorre em meio a uma caçada internacional por possíveis cúmplices dos três terroristas que deixaram 17 mortos na França na semana passada.
Os irmãos Said e Chérif Kouachi, que mataram 12 pessoas na Redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", e Amedy Coulibaly, que matou quatro reféns judeus em um mercado kosher, foram mortos pela polícia francesa na última sexta (9).
Os atos terroristas em Paris aumentaram os temores de que a Europa possa ser alvo de novos atentados.
Segundo Sypt, porém, não há por enquanto conexões entre a ofensiva belga e os ataques na França, afirmando que a ação de quinta faz parte de uma investigação que ocorre há semanas sobre extremistas que retornam da Síria. "Ainda esperamos várias prisões", afirmou.
Mais cedo, promotores disseram que investigam os possíveis vínculos entre um homem preso por tráfico ilegal de armas no sul da Bélgica e Coulibaly, autor do ataque ao mercado kosher e suspeito pela morte de uma policial. "Até agora, esse é a única relação que temos com o que aconteceu em Paris", disse Sypt.