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'Não sabia que eram prostitutas', diz ex-chefe do FMI em seu julgamento
Acusado de proxenetismo, Strauss-Kahn relata ainda que foram só 12 orgias em três anos
Acusado de proxenetismo (exploração da prostituição), o francês Dominique Strauss-Kahn, 65, ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), disse nesta terça (10) em um tribunal de Lille (França) que ignorava serem prostitutas as mulheres que participavam de suas festas.
Os encontros, organizados por seu círculo de amigos e, segundo a acusação, também por Strauss-Kahn, aconteciam em hotéis de luxo em Paris, Washington, Lille e Bruxelas.
DSK, como é conhecido, está sendo julgado com outras 13 pessoas. Se condenado, poderá pegar até dez anos de prisão e ter de pagar multa de até € 1,5 milhão.
APENAS FESTA
Seguindo a linha que utiliza desde o início do julgamento, DSK reafirmou que não sabia que as mulheres eram prostitutas e acrescentou que "nunca gostou de relações sexuais pagas".
"O conceito de relações sexuais que tenho é o de não tê-las com prostitutas. Isso não me agrada. O que me agrada são as festas", afirmou o ex-chefe do FMI, que deixou o cargo em 2011 após ser acusado de estupro por uma camareira de hotel nos EUA.
Além de dizer que desconhecia a atividade das mulheres presentes às festas de que participava, DSK negou ter tido algum papel na organização de tais "noitadas".
"Não me considero de modo nenhum organizador dessas noitadas. Eu não tinha tempo para organizar nenhuma noitada", acrescentou.
APENAS 12
DSK também relativizou a frequência com que ocorriam essas festas.
"Quando se lê a ordem para meu comparecimento a deste tribunal, tem-se a impressão de uma atividade frenética, na qual as datas se misturam de maneira imprecisa. Não existiu essa atividade desenfreada", disse.
Segundo ele, foram organizadas apenas 12 orgias durante três anos.
Ao chegar ao tribunal, DSK foi surpreendido por ativistas do grupo Femen, que tinham os seios à mostra. Uma delas chegou a pular sobre o carro do ex-chefe do FMI.