Ex-premiê da Tailândia é indiciada por junta militar
Shinawatra é acusada de atos de negligência
A ex-primeira-ministra da Tailândia Yingluck Shinawatra (2011-14) foi indiciada nesta quinta-feira (19) por negligência em um caso relacionado ao programa de subsídios a cultivo de arroz, uma das principais bandeiras de seu governo.
Ela poderá ser condenada a dez anos de prisão.
O Supremo Tribunal do país do Sudeste Asiático terá que confirmar em 19 de março se julgará o caso.
De modo paralelo, a junta militar que governa o país pode iniciar uma ação civil para pedir uma compensação bilionária por este programa de subsídios.
Shinawatra, expulsa do poder um pouco antes do golpe de Estado de maio do ano passado, teve os direitos políticos cassados por cinco anos em janeiro, por decisão de uma Assembleia que foi nomeada pelos militares.
Após o indiciamento, o advogado da ex-premiê, Norawit Larlaeng, afirmou que Shinawatra não pretende fugir do país.
CRISE PERMANENTE
Em janeiro, ao prestar depoimento à Assembleia, a ex-primeira-ministra afirmou que os subsídios concedidos durante seu mandato eram necessários para ajudar os agricultores pobres. O arroz é base da dieta local.
Apesar disso, o programa governamental se mostrou inviável economicamente e deixou o país com grandes quantidades de arroz que não foram vendidas.
De acordo com analistas, o objetivo dos processos judiciais é eliminar do cenário político Shinawatra e seu irmão Thaksin, também ex-primeiro-ministro. Eles venceram todas as eleições no país desde 2001.
A Tailândia, dividida entre partidários e detratores do clã Shinawatra, vive em crise política desde um golpe de Estado de 2006 contra Thaksin. Ele partiu para o exílio para evitar a prisão em um caso de suposta corrupção.