EI explode igreja na Páscoa, afirma Síria
Ação teria ocorrido em vilarejo cristão no norte do país, dominado por extremistas há 2 meses; milícia não confirma
ONU pede que regime e combatentes liberem ajuda humanitária a palestinos em campo de refugiados em Damasco
A agência de notícias Sana, vinculada ao regime do ditador da Síria, Bashar al-Assad, informou nesta segunda-feira (6) que militantes do Estado Islâmico explodiram uma igreja no norte do país no domingo de Páscoa.
Segundo a Sana, bombas foram colocadas dentro da Igreja da Virgem Maria, templo de 80 anos no vilarejo assírio de Tel Nasri, na província de Hasakah (norte).
A agência estatal não informa sobre mortos ou feridos. Até a conclusão desta edição, o Estado Islâmico não havia reivindicado a ação.
As informações não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições à entrada de jornalistas e organizações internacionais em território sírio.
A região de Tel Nasri é composta em sua maioria por cristãos assírios que eram protegidos por combatentes curdos e grupos armados cristãos até que a milícia invadiu a região em fevereiro.
Desde então, curdos e cristãos se unem para tentar retirar o Estado Islâmico, sem sucesso. A chegada da facção provocou a saída de milhares de assírios e levou ao sequestro de centenas deles.
Em resposta aos ataques de grupos radicais islâmicos contra cristãos, o papa Francisco pediu nesta segunda ajuda aos governos para evitar novas tragédias.
"[Precisamos de] participação concreta e de ajuda tangível na defesa e na proteção de nossos irmãos e irmãs, que são perseguidos, exilados, assassinados e decapitados somente por serem cristãos."
REFUGIADOS
Enquanto perde território no Iraque, em especial em Tikrit, o Estado Islâmico avança na Síria.
Nas últimas semanas, passou a controlar vilarejos em Homs e Hama, na região central, e invadiu o campo de refugiados de Yarmouk, na capital Damasco.
Nesta segunda, o Conselho de Segurança da ONU pediu aos combatentes e ao regime sírio acesso à região para enviar ajuda humanitária aos cerca de 18 mil palestinos que ainda estão no local.
Os moradores sofrem com a falta de água, comida e remédios em meio a ataques da milícia radical e da Frente al-Nusra, filial síria da rede terrorista Al Qaeda.
Segundo o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, cerca de 2.000 pessoas deixaram a região desde a semana passada. O representante afirma que a facção controla 80% de Yarmouk.
A Autoridade Nacional Palestina enviará uma delegação a Damasco para se reunir com o regime sírio e tentar dar segurança e assistência aos milhares de refugiados remanescentes.