Dilma deve visitar Obama entre junho e julho
A visita da presidente Dilma Rousseff a Washington deve se realizar em fim de junho ou começo de julho, segundo a Folha apurou.
A visita marcará a reaproximação entre Brasil e Estados Unidos, após dois anos de relações estremecidas em razão do escândalo de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional).
A presidente Dilma cancelou a visita de Estado que faria a Washington em outubro de 2013 após virem à tona revelações de que a agência de espionagem americana estava monitorando a presidente.
Dilma e Obama vão se encontrar neste sábado (11), às margens da cúpula das Américas, por volta das 14h30 em uma sala no centro de convenções. A última vez que Obama e Dilma se reuniram foi durante a reunião do G20 na Rússia, em 2013.
Um dos focos do encontro será a meta do Brasil de intensificar as relações comerciais com os EUA.
O Brasil ainda mantém um deficit comercial de US$ 7,9 bilhões com os EUA e quer aumentar suas exportações neste momento. Os EUA são um parceiro comercial importante, porque compram principalmente manufaturados do Brasil. Uma das ideias é tentar ampliar o acordo econômico que os dois países têm desde 2011.
Dentro do governo, há uma divisão. Parte acredita que Dilma deve mencionar o episódio da NSA para ouvir algum tipo de pedido de desculpas. Para outros, o episódio já se esgotou.
"Essa questão não está colocada (pedido de desculpa de Obama a Dilma por espionagem). Há uma disposição do governo norte-americano, naturalmente, de não repetir essas questões. E nós estamos convencidos que isso, no momento, basta", disse o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Mas Dilma espera algum gesto de Obama sinalizando que os EUA consideram o Brasil um país importante não apenas regionalmente, mas globalmente, e que é considerado um "parceiro confiável". Um acordo de salvaguardas para permitir a transferência de tecnologias sensíveis é uma das reivindicações do governo.
Dilma anunciou nesta sexta uma parceria com o Facebook para oferecer serviços de internet à população de baixa renda, a custos baixos.
Segundo ela, o acordo vai garantir acesso à internet e a "todos os produtos que hoje a internet pode tornar disponíveis, mesmo em áreas de difícil acesso, como a Amazônia", disse a presidente ao lado do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
O modelo do programa brasileiro será baseado num projeto piloto que o Facebook tem na favela de Heliópolis, em São Paulo. Ali, há um laboratório de inovação com cursos que ensinam desde como usar o Facebook até estratégias de marketing na rede social. (PCM E SC)