Itália elege candidato considerado "ficha suja"
De Luca foi eleito pela região da Campania
A região italiana da Campania elegeu neste domingo (31) um "impresentável", a terminologia italiana para os que no Brasil são chamados de "ficha suja".
Vincenzo De Luca, candidato do Partido Democrático, do primeiro-ministro Matteo Renzi, foi incluído em uma lista de 17 "impresentáveis" elaborada pela presidente da Comissão Antimáfia do Parlamento, a deputada Rosy Bindi, também do PD.
Em tese, os incluídos na lista não podem ser votados, mas, como a lista só foi divulgada na sexta-feira (29), 48 horas antes do voto, não houve tempo para afastá-lo. De Luca é acusado de abuso de poder, quando prefeito de Salerno, no caso da concessão de uma incineradora ao setor privado (supostamente controlado pela máfia).
O resultado da Campania é uma demonstração de força do premiê Renzi, que acusa Rosy Bindi, sua adversária interna, de querer se vingar por ter se imposto no partido de ambos. Por isso mesmo, a eleição nessa região foi acompanhada com lupa pelo mundo político, embora houvesse votação também em outras seis regiões.
No conjunto delas, no entanto, a votação do PD foi menos significativa do que na eleição europeia do ano passado, que dera a Renzi um triunfo inigualado por outros governantes europeus.
Tanto é assim que o Movimento 5 Estrelas, anti-sistema por excelência, conseguiu a maioria relativa em três das sete regiões --uma demonstração clara de que os italianos continuam insatisfeitos com o seu sistema partidário.
Renzi chegou ao cargo com a promessa de refundar o modelo político, promessa que terá que esperar outra eleição para ser testada.