Eleição no Haiti é prejudicada por violência
Centros de votação foram atacados; país faz 1º turno para escolher deputados e senadores
Após seguidos alarmes falsos e prazos descumpridos, a população do Haiti enfim votou, neste domingo (9), nas eleições legislativas do país. A votação foi marcada pela violência e pela burocracia nas seções eleitorais.
Na capital Porto Príncipe, homens armados com pedras e garrafas atacaram três locais de votação. No confronto, partidários de diferentes partidos conseguiram abrir as urnas e rasgar os votos.
A polícia disparou tiros para o alto para tentar conter os agressores. Dezenas de pessoas foram presas. Devido à violência, foi necessário estender a votação em duas horas nas seções prejudicadas.
Alguns eleitores não puderam votar porque não estavam registrados e houve casos de pessoas que votaram duas vezes. Mas, segundo o Conselho Eleitoral, 54 dos 1.500 centros foram afetados.
O presidente Michel Martelly minimizou os problemas. "Nós tivemos alguns pequenos incidentes que esperamos resolver até a eleição presidencial", disse.
O segundo turno do pleito parlamentar e o primeiro da eleição presidencial estão marcados para 25 de outubro.
O pleito é um teste para a democracia de uma nação pobre e com histórico de golpes militares, que ainda não se recuperou dos estragos deixados pelo terremoto de 2010 e de suas sucessivas crises.
Após as eleições de 2011 e 2014 terem sido canceladas, o Parlamento haitiano foi dissolvido em 12 de janeiro.
Desde então, estão vagas as 99 cadeiras da Câmara dos Deputados haitiana, e o Senado conta com 10 de seus 30 membros. Devido à dissolução do Parlamento, Martelly governa por decreto.
Mais de 1.800 candidatos disputam todas as vagas da Câmara e 20 no Senado. Os resultados devem ser divulgados em até dez dias.