Consulado dos EUA em Istambul é alvo de extrema esquerda
Duas mulheres atiram contra a representação, sem deixar feridos; milícia assume ataque contra 'inimigo'
Recentemente, a Turquia se uniu aos EUA na luta contra o EI, mas também mira curdos e ultraesquerda
O consulado dos EUA em Istambul foi alvo de um ataque nesta segunda-feira (10), um dia depois de o governo americano anunciar que seis caças F-16 e 300 militares chegaram à base turca de Incirlik para reforçar a luta contra o Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
Segundo a polícia, duas mulheres teriam atirado contra a representação. Após o ataque –que não deixou feridos–, a polícia reagiu também com tiros, e as mulheres fugiram. Uma delas, contudo, foi ferida e capturada.
Segundo a agência estatal Anadolu, a mulher, que foi hospitalizada, se chama Hatice Asik e tem 42 anos.
A milícia de extrema esquerda Frente do Exército Revolucionário do Povo ( DHKP-C), assumiu a autoria do ataque. O grupo já havia se responsabilizado por um atentado contra a embaixada americana em Ancara, que matou um segurança, em 2013.
Segundo mensagem postada na internet, o DHKP-C justificou a ação por considerar os EUA um "inimigo dos povos do Oriente Médio".
Horas antes, um ataque suicida contra um posto policial na cidade havia ferido três policiais e sete civis e causado o colapso parcial de um edifício de três andares.
Segundo a polícia, um carro explodiu perto da delegacia. Instantes depois, policiais que inspecionavam o veículo foram alvos de tiros.
O tiroteio que se seguiu deixou um policial e dois atiradores mortos. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado, e não se sabe se o ataque está relacionado à ação no consulado dos EUA.
Ainda na manhã de segunda, rebeldes curdos da província de Sirnak (sudeste) atiraram contra um helicóptero militar que carregava militares, matando um.
Os ataques ocorrem logo após a entrada da Turquia no combate ao EI. O governo turco, no entanto, tem aproveitado as ações contra a milícia radical para atingir rebeldes curdos e extremistas de ultraesquerda na fronteira.