Venezuela violou espaço aéreo, diz Colômbia
Segundo Bogotá, aviões militares do país vizinho sobrevoaram seu território no sábado
Em um acirramento das tensões entre Caracas e Bogotá, o Ministério da Defesa da Colômbia afirmou neste domingo (13) que dois aviões militares venezuelanos violaram o espaço aéreo do país na tarde de sábado (12), no departamento de La Guajira.
A Colômbia pedirá explicações ao governo da Venezuela. Segundo o comunicado oficial, "na tarde de sábado, o sistema de defesa aérea da Força Aérea Colombiana detectou o ingresso em território colombiano de duas aeronaves militares venezuelanas na região da Alta Guajira".
O Ministério da Defesa da Colômbia afirmou que "inicialmente as duas aeronaves ingressaram 2,9 quilômetros dentro do espaço aéreo colombiano, sobrevoando a região de Majayura e seguindo em direção a Castilletes".
Majayura é um povoado de Maicao, município colombiano no departamento de La Guajira, na fronteira com a Venezuela. Castilletes é um ponto mais ao norte que estabelece o marco número um da fronteira comum.
Após sobrevoarem Castilletes, os dois aviões venezuelanos sobrevoaram uma unidade militar do Exército colombiano em La Flor, segundo a Defesa colombiana.
Perto de Maicao está a passagem de Paraguachón, fechada no último dia 6 por ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Colômbia e Venezuela vivem um conflito desde que Maduro mandou fechar passagens entre os dois países em 20 de agosto, alegando precisar conter o contrabando. Mais de 1.300 colombianos que viviam do lado venezuelano na área fronteiriça foram expulsos desde então.
No sábado (12), as chanceleres dos dois países se reuniram em Quito (Equador) para debaterem uma solução para crise. Mas a venezuelana Delcy Rodríguez e a colombiana María Angela Holguín não chegaram a acordo sobre um eventual encontro entre Maduro e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Usando sua prolífica conta na rede social Twitter, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, hoje senador, afirmou que a violação do espaço aéreo colombiano pelos aviões militares venezuelanos é uma "estratégia para distrair a atenção sobre os assuntos internos do país".
Como exemplo, citou o recente sentenciamento do líder opositor Leopoldo López a 14 anos de prisão.
Uribe, crítico do governo de Juan Manuel Santos, sugeriu ao sucessor que ele tenha "firmeza e cautela" ao lidar com a situação com Caracas.