Chile
Bachelet anuncia início do debate sobre reforma da Constituição
DE BUENOS AIRES - A presidente Michelle Bachelet anunciou o início do debate para reformar a Constituição do Chile, a última das mudanças prometidas por ela, que se aproxima do fim do segundo ano de mandato.
Após aprovar uma reforma tributária e propor mudanças no sistema educacional e nas relações de trabalho, Bachelet quer atualizar a Constituição chilena, escrita e aprovada durante sob a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Em pronunciamento em rede nacional na noite de terça (13), Bachelet disse que o texto "não favorece a democracia". "[A atual Constituição] teve origem na ditadura, não responde às necessidades de nosso tempo, foi imposta por poucos sobre a maioria. Por isso nasceu sem legitimidade", afirmou.
A preparação de uma nova Carta Magna, porém, levará tempo. O cronograma do governo chileno prevê que agora começará uma etapa de educação cívica, que terminará em março do ano que vem.
A partir daí, estão previstas discussões de comitês de cidadãos até chegar a uma proposta que deverá ser entregue ao Congresso só em 2017, após as eleições parlamentares.
A alteração da Constituição ainda poderá ser objeto de plebiscito em 2018. O longo prazo de debate foi alvo de crítica da oposição, que teme que o país fique paralisado pela divisão de opiniões sobre a nova Carta Magna.