Painel do Leitor
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Terror em Paris
É inexata a apreciação de Clóvis Rossi ("Por que não fomos Charlie", "Mundo", 13/1) sobre a atitude do governo brasileiro em relação aos atentados da semana passada em Paris. Não haveria tempo de enviar do Brasil um representante da presidenta Dilma à manifestação de domingo último. Daí por que a chefe do governo determinou que o embaixador Bustani fosse seu representante pessoal na cerimônia. A presidenta expressou sua comoção e solidariedade com o povo e o governo da França em duas sucessivas notas oficiais e nos contatos que o Itamaraty e sua assessoria mantiveram com as autoridades daquele país.
MARCO AURÉLIO GARCIA, assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidenta da República (Brasília, DF)
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Fanatismos devem ser combatidos de todos os modos dentro da lei. Tanto faz se a pregação é de ordem religiosa, política ou social. Já o humor tem como função questionar e criticar tudo, o que de certo modo não deixa de ser uma forma sofisticada de respeito. Criticar não é ridicularizar, diminuir. É se debruçar sobre uma questão qualquer e pensar profundamente sobre ela --é abrir espaço para possibilidades.
GUSTAVO A. J. AMARANTE (São Paulo, SP)
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Sensacional a entrevista da consulesa francesa em São Paulo, Alexandra Baldeh Loras ("Minorias são rejeitadas, diz consulesa em SP", "Mundo", 13/1).Finalmente alguém da França tocou nos dois lados da questão. Pessoas como ela planejam um belo futuro para seu país. Cristãos, judeus e muçulmanos podem e devem conviver em paz e harmonia, com a promoção do respeito mútuo e da tolerância.
JOÃO SIGNORELLI (São Paulo, SP)
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Eu sou Charlie. O que não sou é hipócrita de achar que não é terrorismo países desenvolvidos terem matado milhões nas guerras contra países do Oriente Médio, Ásia, África e América Latina em busca de novos mercados ou riquezas naturais, além de fornecerem armamentos para grupos terroristas, quando isso interessa. Terrorismo é terrorismo, seja praticado por radicais muçulmanos ou países do Ocidente.
CRISTIANO REZENDE PENHA (Campinas, SP)
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Registro meu espanto diante do artigo raivoso e autoritário de Demétrio Magnoli ("Raqqa, aqui", "Poder", 10/1). Ele se revela o próprio espelho do autoritarismo que tanto diz criticar. Uma atitude provocadora, violenta e pessoal contra os professores. É mais uma pessoa que não merece ser lida neste jornal.
ISABEL MORSOLETTO FERREIRA (São Paulo, SP)
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Onde estão as fotos das passeatas contra o brutal assassinato de 2.000 nigerianos? Ou será que a consciência do mundo ocidental dá muito mais valor à morte de 12 jornalistas/cartunistas brancos e europeus?
THOMAS HAHN (Cotia, SP)
Agricultura
Kátia Abreu, depois de duas trocas de partido para aderir ao governo, reeleger-se e ainda proporcionar vaga no Senado a um petista que era seu suplente, agora diz que vai fazer e acontecer como ministra ("Ideologia? Só durante as férias", Tendências/Debates, 13/1). Fora poucos ministérios com poder, o restante só serve para dar status político a aliados. Em São Paulo, o que ocorreu com a secretaria foi ainda pior, entregue a um partido sem identidade com o setor, na figura de um deputado não oriundo do meio agrícola. Temos uma produtora adesista no ministério e um político profissional na secretaria estadual. Nada está tão ruim que não possa piorar.
DAVID BATISTA DO NASCIMENTO (Itapetininga, SP)
Embraer
No momento em que os acionistas minoritários da Petrobras entram na Justiça ("Acionistas vão à Justiça contra Petrobras", "Mercado", 13/1) em busca dos seus direitos, cabe também aos acionistas da Embraer agir. É necessário investigar a operação de vendas de ações da empresa em 2001, patrocinada pelo Banco do Brasil, que a avalizou aos correntistas e funcionários como um excelente negócio, empurrando-lhes ações supervalorizadas. O Ministério Público Federal e outros órgãos reguladores deveriam pronunciar-se. O capital investido até hoje não chegou nem ao valor de face dos títulos.
HUMBERTO PELLIZZARO (Brasília, DF)
Gastos com o Congresso
Senhor Renan Calheiros, que coragem a sua de dizer que houve economia nos últimos dois anos (Painel do Leitor, 13/1), gabando-se disso. Foram eliminados o 14º e o 15º salários? Isso nunca deveria ter existido! A luta de vocês é para se manter no poder, não pelo povo. Para isso não medem esforços, fazendo conchavos mesmo com desafetos. Fica aqui meu desprezo pela classe política.
LUCIA MARIA DE LUCENA MOREIRA LOPES (São Paulo, SP)
Ciclovias
Duas horas da tarde. 35 graus à sombra. Sol a pino. Saudades da tradicional garoa. Apenas o ar poluído de escapes dos veículos e de poeira que a chuva não abranda. O vermelho da ciclovia arde na minha vista. Mas eu vou. De chapéu e gravata, por que não, pedalando rumo ao meu destino. Quer vida melhor que essa? Não conheço. Se existe, perderam a receita.
HERMÍNIO SILVA JÚNIOR (São Paulo, SP)
Previdência
No meu tempo, a Previdência Social era motivo de orgulho. Respeitava segurados e dependentes, concedendo benefícios como abono de permanência, auxílio-doença, acidente de trabalho e diversas aposentadorias e pensões. Até financiou a criação de uma grande empresa, gerando empregos. Agora, depois de tanta roubalheira, não reajusta os benefícios corretamente e pretende acabar com a pensão vitalícia das viúvas que envelhecerem no futuro. Do que elas viverão?
ODILÉA MIGNON (Rio de Janeiro, RJ)