Painel do Leitor
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Apagão
Além de superfaturadas, as construções das usinas de Santo Antônio, Jirau, Teles Pires etc. estão atrasadas. Quando ficarem prontas, as linhas de transmissão ainda estarão em obras. No Nordeste, existem parques eólicos prontos, mas sem as devidas linhas de transmissão. Passadas as eleições, o governo federal "descobriu" que a seca que esvaziou os reservatórios da Sabesp é a mesma que secou os reservatórios de usinas hidrelétricas ("Consumo alto causa apagão em 10 Estados", "Mercado", 20/1).
LUIZ ANTÔNIO ALVES DE SOUZA (São Paulo, SP)
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Em ano eleitoral, a presidente Dilma decretou que as concessionárias de energia reduzissem a tarifa e aproveitou para criticar, pela enésima vez, o apagão da era FHC. Eleita, vai determinar o aumento do preço e, completamente perdida, não sabe o que dizer do apagão da segunda-feira. Esperamos para breve o "eletrolão", para explicar onde foi parar o dinheiro destinado a investimentos do setor elétrico.
LUDINEI PICELLI (Londrina, PR)
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O deputado José Anibal é o tucano por excelência: muito bico e pouca memória (Painel do Leitor, 20/1). Os problemas do setor elétrico são ainda, em grande medida, consequência do modelo de privatização adotado pelos tucanos, mas isso ele jamais diria. Nada mais tucano, aliás, do que apontar o dedo para o atual governo na esperança de que nos esqueçamos dos prejuízos causados pelo governo FHC. Lembrar dos problemas vividos pelo povo com o apagão e racionamento de energia em 2001, jamais.
CELSO BALLOTI (Santos, SP)
Elevação de impostos
Chamam a atenção entre as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda os aumentos tributários sem uma contrapartida em cortes nos gastos públicos, que foi o mote de seu discurso de posse ("Governo prevê R$ 21 bi com alta de tributos", "Mercado", 20/1). Com isso, ele deixou bem claro o que podemos esperar de sua gestão: um burocrata acostumado com a rotina do círculo financeiro. Em vez disso, precisamos de um gestor comprometido com os interesses da nação, que corte na carne os gastos públicos e promova investimentos no setor produtivo.
ORSON MUREB JACOB (Assis, SP)
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A notícia do aumento de impostos infelizmente demonstra que Joaquim Levy optou pelo caminho mais fácil. Cortar gastos verdadeiramente, nem pensar. Só falta aumentar continuamente a Selic e voltarmos para a infeliz época do ministro Malan, quando o país parou.
NILTON NAZAR (São Paulo, SP)
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É sempre motivo de agrado nacional os maiores empresários do Brasil serem desprezados pelo recém-empossado ministro da Fazenda ("Levy cancela encontro em SP e cria desconforto com empresários", "Mercado", 20/1). Mesmo assim, o empresariado se mantém de joelhos, esperando a próxima brecha na agenda do ministro para fazer-lhe a corte e jurar fidelidade.
RAFAEL ROSSI (Blumenau, SC)
Liberdade de expressão
Sobre o artigo de Luiz Carlos Barreto ("Não sou Charlie nem Chérif nem Said", Tendências/Debates, 20/1), quer dizer então que, após os assassinatos dos cartunistas e dos policiais, "nós, ocidentais", precisamos fazer uma "revisão dos nossos conceitos e do nosso modo de relacionamento com os povos da banda oriental do planeta"? Creio que o cineasta se esqueceu de que, graças a esses valores que, no seu modo de entender, merecem revisão, ele pôde livremente levar à reflexão, por meio do cinema, aquilo em que acreditava.
RODRIGO CÉSAR COCCARO, promotor de Justiça (São Paulo, SP)
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Excelente o editorial "César, o papa e o califa" ("Opinião", 20/1). Lastimável que São Paulo tenha um secretário da Justiça tão estúpido, para dizer o menos.
ERASMO VALLADÃO FRANÇA, professor associado da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)
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A opinião desse sr. Aloisio de Toledo César merece até um editorial? A mídia insiste em publicar só a opinião de quem defende a liberdade de expressão sem nenhum respeito a quem quer que seja. Esse assunto ultrapolêmico precisa ouvir outras maneiras de pensar. Provocações são bem-vindas, pois geram discussões que abrem novos caminhos e trazem novas ideias. Será que, se provoco até onde quero, essa provocação não chegará a loucos violentos com suas reações próprias? Quem está acostumado a acompanhar a mídia também conhece seus exageros. Será que bom senso é caretice?
CRISTINA REGGIANI (Santana do Parnaíba, SP)
Crise na USP
A USP precisa sair da crise, mas não será por meio de serviços compulsórios prestados por ex-alunos ("Reitor da USP propõe que ex-aluno preste 'serviço à sociedade", "Cotidiano", 20/1). É necessário expandir no Brasil a consciência filantrópica dos ex-alunos, que, entre nós, não "pega" por falta de confiança na lisura das instituições e por nosso "ethos" patrimonialista. As contribuições voluntárias às universidades americanas correspondem a 30% de seus recursos.
AMADEU R. GARRIDO DE PAULA, ex-aluno da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)
Vladimir Safatle
Excelente o artigo "Juntando os pontos" ("Opinião", 20/1), de Vladimir Safatle. Aguardo, talvez na próxima semana, análise também isenta sobre o ex-governador Agnelo Queiroz e sua herança maldita no Distrito Federal.
JOSIAS FERNANDES DE ÁVILA (Campinas, SP)
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Como é que Vladimir Safatle afirma que a população de São Paulo está cega há duas décadas? Decerto ele é mais inteligente do que a maioria de todos nós.
EDUARDO DOS SANTOS FILHO (São Paulo, SP)
Patrocínio público
Se este fosse um país sério, seria inaceitável que o BB voltasse a patrocinar a trambiqueira Confederação Brasileira de Vôlei (Banco do Brasil retoma patrocínio do vôlei", "Esporte", 20/1). Mas essas entidades jamais ficam sem um dinheirinho público.
LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL (Pouso Alegre, MG)