Painel do Leitor
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Eleição na Câmara
A foto da "Primeira Página" que acompanha a manchete "Câmara elege Cunha e derrota Dilma" (2/2) representa um escárnio dos vencedores contra os perdedores, que somos nós, os eleitores. A eleição foi a vitória do fisiologismo, das promessas de cargos e benesses, do comércio de "almas" em pactos diabólicos, da política do apequenamento e do balcão de negócios. É a apropriação dos interesses privados imiscuindo-se no interesse público. Em nenhum momento o nome do Brasil foi citado nos acordos das siglas, feitos em meio a drinques, jantares e jatinhos.
Angela Luiza S. Bonacci (Pindamonhangaba, SP)
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A manchete e a foto da "Primeira Página" deixam transparecer também a alegria deste jornal pela eleição de Eduardo Cunha, apoiado pela grande mídia. É a grande articulação com o Congresso mais conservador dos últimos 30 anos. Vão infernizar e fazer de tudo para desestabilizar o governo Dilma, como fizeram com Getúlio Vargas, Juscelino, João Goulart e Lula. O atual governo também plantou e está colhendo. Em nome da tal "governabilidade", aliou-se a Deus e ao Diabo, com alianças espúrias, dispensando o apoio de militantes e movimentos populares.
Hélio de Sousa Reis (Guarulhos, SP)
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A boa política se faz com o cérebro, não com o fígado. Assim, creio que a presidenta Dilma agiu certo telefonando para cumprimentar e desejar sucesso a Eduardo Cunha. Respeito é bom e precisa ser cultivado entre o Executivo e o Legislativo. Será benéfico e saudável para a democracia e para a governabilidade.
Vicente Limongi Netto (Brasília, DF)
Crise energética
O artigo "Deus fez a parte dele, agora é com o governo" (Tendências/Debates, 30/1) sugere o uso de fontes renováveis (solar, eólica e biomassa) para enfrentar uma crise energética iminente. Não me parece suficiente complementar a sazonalidade das hidrelétricas com essas fontes, pois todas também dependem diretamente de variações climáticas. Em circunstâncias desfavoráveis, seria muito mais eficaz usar a energia firme da única fonte térmica de alta densidade energética que não emite gases de efeito estufa ao gerar eletricidade em larga escala: a energia nuclear.
Luís Antônio Albiac Terremoto, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (São Paulo, SP)
Escândalo na Petrobras
O leitor Ademar G. Feiteiro argumentou que os críticos do artigo de José Sergio Gabrielli deveriam apresentar dados concretos para contestar a defesa feita pelo ex-presidente da Petrobras do bom negócio que teria sido a aquisição da refinaria de Pasadena (Painel do Leitor, 2/2). Aqui está um deles: Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa, confessou à Polícia Federal ter recebido R$ 1,5 milhão de propina para não atrapalhar o "bom negócio".
Zandor Ferreira (Goiânia, GO)
Educação
Sobre o editorial "Deseducação eleitoral" ("Opinião", 31/1), a Secretaria da Educação do Estado esclarece que, diferentemente do afirmado, não há redução de estudantes beneficiados com o programa Vence. Trata-se de uma iniciativa que passa já em fevereiro de 65 mil para 75 mil alunos beneficiados, uma óbvia ampliação. A secretaria informou à reportagem da Folha que os 20 mil estudantes já selecionados em recente etapa iniciarão seus cursos neste ano, 10 mil deles agora e os 10 mil restantes ao longo do ano. Portanto, não há, nem haverá, qualquer aluno dispensado, como o jornal assegurou de maneira errada. A pasta ainda esclareceu anteriormente à Folha que novas chamadas poderão ocorrer em 2015.
Ronaldo Tenório, assessor de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
NOTA DA REDAÇÃO - O editorial não afirma que haverá redução de estudantes beneficiados, mas redução do número de novas vagas abertas. O editorial também sustenta que o governo ficará longe da promessa de, até o final deste ano, aumentar de 65 mil para 120 mil o total de beneficiados. O missivista, portanto, só confirma o que foi escrito. Quanto à dispensa de estudantes, a própria Secretaria da Educação diz, em documento enviado a instituições de ensino, que parte dos alunos deverá ter a matrícula cancelada.
Grafite em São Paulo
O prefeito Haddad está de parabéns por autorizar os grafiteiros a decorar os paredões da 23 de Maio --inclusive os "arcos do Jânio" ("Haddad autoriza grafite em parede de patrimônio histórico", "Cotidiano", 2/2). Não só a avenida ficou bonita, mas, com isso, ele prestigia e incentiva a mais criativa cultura popular urbana do Brasil atual, o grafite.
Júlio Medaglia, maestro (São Paulo, SP)
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Quando você pensa que a destruição de São Paulo chegou ao fundo do poço, o prefeito mostra que ainda pode afundar mais. Grafitar os tijolos do muro de arrimo descobertos com a demolição de casas que existiam na rua Assembleia para viabilizar a alça de acesso à 23 de Maio é o fim.
Ronaldo José Neves de Carvalho (São Paulo, SP)
Terceirização
A terceirização aperfeiçoa o desempenho das empresas e gera milhões de empregos formais ("Terceirizar para melhorar", Tendências/Debates, 31/1). Uma das iniciativas para pôr fim à precarização de mão de obra é justamente aprovar um marco regulatório para essa atividade. O projeto de lei 4.330, se aprovado, faz da prestadora de serviços e da empresa contratante responsáveis pelo trabalhador. Ou seja, ele tem os direitos previstos pela CLT duplamente garantidos. Não há mais qualquer justificativa que impeça o avanço consciente e legal da terceirização.
Vander Morales, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (São Paulo, SP)
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