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Petrolão
Como admirador de Laerte, causou-me profundo espanto sua charge ("Opinião", 24/2). Ao comprar a teoria dos advogados dos empreiteiros presos, defende o indefensável. Critica acomodações que a massa carcerária brasileira não tem nem quando está em casa, em liberdade. Não me lembro de ter visto tal veemência por parte de Laerte para defender os presidiários verdadeiramente trancados em masmorras fétidas e insalubres e sujeitos a violências indizíveis, como no caso de Pedrinhas, no Maranhão, para ficar em exemplo recente.
Marco Lazzeri (Belo Horizonte, MG)
É de muito mau gosto, para evitar adjetivos piores, a charge em "Opinião". Remete-nos à tortura, e não a práticas legais de justiça. Os presos já recusaram transferência para prisão estadual, e carceragem não é hotel.
José Peron (Indaiatuba, SP)
Impeachment
O ilustre ex-vice governador Alberto Goldman faz velada apologia do "impedimento" da presidente ("O impedimento e o desafio da oposição", Tendências/Debates, 24/2). Alia-se assim às forças políticas mais atrasadas da nação na tentativa de chegarem ao poder pelas vias forçadas de uma falsa juridicidade. Que a oposição encontre caminhos democráticos, legais e eficientes para combater erros do governo e contribua assim para sua solução, não desestabilizando as instituições e a governabilidade.
José Gilson Soares (São Paulo, SP)
Metrô
Em relação ao artigo "Crise no metrô: o que não foi dito" ("Cotidiano", 23/2), o Metrô esclarece que a operação da Linha 4 teve início em 2010. A linha atende 700 mil usuários/dia. A PPP da Linha 4 é um modelo de sucesso reconhecido em premiação internacional. O governo realizou as obras, e o consórcio vencedor comprou os trens e implantou os sistemas de controle. Chega a ser ingênuo o argumento de que a PPP representa "ineficiência do poder público". Por fim, não há previsão de remuneração adicional ao consórcio em caso de atraso na entrega das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e Morumbi.
Adele Claudia Nabhan, chefe do departamento de imprensa do Metrô SP (São Paulo, SP)
RESPOSTA DA COLUNISTA RAQUEL ROLNIK - A remuneração do concessionário é composta da tarifa paga pelos usuários e por um subsídio do governo do Estado. Se as estações não são inauguradas, o subsídio que o governo precisa colocar para cumprir o que está no contrato é maior.
Ciclofaixa
Tenho consultório na rua Madre Cabrini e também sofro com a ciclofaixa ("Juíza manda tirar ciclovia da frente de escola em SP", "Cotidiano", 22/2). Além do colégio citado, temos outras quatro instituições de ensino e uma casa de repouso, tudo isso em rua estreita e curta. Somos multados porque os carros têm que parar na ciclofaixa para o desembarque de crianças e idosos com problemas de locomoção. Quando ocorrer uma tragédia, qual será a responsabilidade das autoridades?
Lygia Polovaniuk (São Paulo, SP)
Universal
O autor do texto "Rodízio no armário" ("Opinião, 21/2), infame e mentirosamente, qualificou a Igreja Universal do Reino de Deus como uma "empresa", equiparando uma entidade religiosa com 8 milhões de fiéis espalhados por cem países a um banco e a uma emissora de TV. Do mesmo modo, destacou a Universal e ignorou que a notícia original traz lista de 294 grandes clientes da Sabesp: hospitais, grupos de mídia, indústrias, centros de compras, lojas, universidades etc. E três igrejas. Essa pressa de culpar a Universal --como se condenável fosse-- por contrapartidas em contratos estabelecidos com vários segmentos de atividade talvez o tenha impedido de descobrir que o próprio Universo Online, desse Grupo Folha, consta da lista.
Renato Parente, assessor de comunicação social da Universal (São Paulo, SP)
Crise da água
Em relação à reportagem "Águas do rio Pinheiros vão viajar 85 km até torneiras do Cantareira" ("Cotidiano", 23/2), a Sabesp esclarece que irá utilizar água do braço rio Grande da represa Billings, e não do rio Pinheiros, para reforçar o abastecimento do sistema Alto Tietê. A companhia informa ainda que o volume de retirada de água da Billings ainda será definido em estudos dos órgãos competentes - Emae e DAEE. Sobre a qualidade de água, a Sabesp reitera que o processo de tratamento é padrão e a água distribuída à população pela companhia está dentro dos parâmetros exigidos pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Carlos Alencar, assessor de comunicação da Sabesp (São Paulo, SP)
Vladimir Safatle
O artigo "Enfim, o desespero", de Vladimir Safatle ("Opinião", 24/2), mal deixa escondida a satisfação do enunciador com a progressiva deterioração democrática e institucional a que vem sendo submetido o Brasil. Espero que o articulista tenha razão em uma coisa: que termine o ciclo de ignorância provocado pela desinformação orquestrada por intelectuais tendenciosos. A propósito, não basta querer ser tratado como um democrata; é preciso ter atitudes respeitosas compatíveis com o sistema democrático, sem dissimulações.
Airton Reis Júnior (São Paulo, SP)
Aborto
Criminalizar o médico ("Pela lei brasileira, médico e paciente cometeram crime", "Cotidiano", 24/2) é um desvario total. O que ele deveria fazer: esconder um crime ou denunciá-lo? Se escondesse é que estaria praticando um crime.
Luiz Carlos Guimarães Brondi, advogado (Araraquara, SP)
Grécia
Líderes lenientes europeus estão se curvando ante um governo de esquerda radical ("Pacote grego", "Opinião", 24/2) que quer fazer reformas a seu modo e ainda tomar dinheiro emprestado. Se deixar para os gregos a tarefa de resolver como fazê-las, o mais provável é que não aconteçam ou, pelo menos, aconteçam no estilo Brasil. Esses líderes que não reclamem depois, quando grupos radicais e ditatoriais, em geral de esquerda, assumirem o poder ou tumultuarem a vida europeia. Estão criando o monstro.
Rafael Alberti Cesa (Caxias do Sul, RS)