Painel do leitor
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Petrolão
Segundo Teori Zavascki, a soltura dos empresários mantidos em prisão preventiva se impunha sob pena de haver antecipação da pena ("Supremo livra empreiteiros da cadeia após cinco meses", "Poder", 29/4). Determinar que sejam mantidos em domicílio, ainda que com dispositivos de monitoramento, não é prisão, sob pena de antecipar a pena? Se não oferecem risco nenhum, por que as restrições? É bom não esquecer que dois dos acusados, depois de soltos pelo STF, revelaram disposição em continuar na costumeira prática delituosa, tendo que retornar à prisão. O grau de desprezo pela parte honesta da sociedade é revoltante.
Ana Lúcia Amaral, procuradora regional da República aposentada (São Paulo, SP)
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A decisão do STF de soltar os empreiteiros investigados por fraudes na Petrobras, por incrível que pareça, contribui para a consolidação do Estado democrático de Direito no Brasil, inaugurado com a Constituição de 1988. Para fazer vingança, não é preciso lei alguma. Para fazer justiça, é fundamental o respeito às leis e sobretudo à Constituição. O pacto que o povo brasileiro fez em 1988 não foi o da vingança, foi o da justiça. Não importa cor, crença, classe social etc. Todos os brasileiros são sujeitos de direitos e assim devem ser tratados.
Edson Joaquim Raimundo de Araújo Júnior (Guarulhos, SP)
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Artigo 5º da Constituição: Todos são iguais perante a lei. Que tal todos os presos em cadeias públicas, centros de detenção e penitenciárias terem os mesmos direitos dos executivos das empreiteiras aos quais é facultado aguardar o julgamento em prisão domiciliar, com tornozeleiras? Concedido a um, deve ser concedido a todos, sempre em nome da cidadania e da justiça.
Paulo Roberto Caldo, advogado criminalista (Ribeirão Preto, SP)
Greve de professores
Lamentável que o governador Beto Richa (PSDB) tenha deslocado centenas de policiais militares do interior do Paraná para intimidar o movimento de greve dos professores da rede pública de ensino. Greve e manifestações populares são legais e constitucionais. Além de tratar nossos professores como se fossem bandidos, ainda os impede de adentrar a Assembleia Legislativa, local que os próprios deputados chamam de Casa do Povo (folha.com/no1622662).
Célio Borba (Curitiba, PR)
Educação
Vladimir Saflate discorre sobre docentes das escolas públicas estaduais que têm mestrado e doutorado e não conseguem evolução acadêmica ("Governo autista", "Opinião", 28/4). Prestei concurso em 2013 e assumi em março de 2014. Como tenho mestrado em sociologia, pedi evolução funcional em junho. Até agora, meu pedido não foi deferido. As respostas que recebo são "todos os pedidos de evolução acadêmica estão parados". Essa é mais uma das formas de descaso com a educação. Isso nos causa um desânimo absurdo. Tal morosidade parece até proposital.
Camila de Lima Vedovello (Rio Claro, SP)
Brasileiro executado
Sou radicalmente contra a pena de morte. Não obstante, chama a atenção o fato de dois filhos da classe média brasileira serem condenados por tráfico de drogas ("Indonésia fuzila 2º brasileiro por tráfico", "Cotidiano", 29/4). Aqui, no Brasil, gozam de quase impunidade por crime semelhante, pois geralmente se livram das penas por meio de pais ou amigos que usam de suas influências e que podem pagar advogados caros. Desta vez, não teve jeito ou jeitinho.
José Marcos Thalenberg (São Paulo, SP)
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Após 11 anos preso, Rodrigo Gularte foi executado. Na Indonésia, cumpre-se a lei e, embora o Brasil tenha feito o que estava ao seu alcance, há de se respeitar a soberania do país. Não importa se a lei é boa ou má, justa ou injusta, piedosa ou cruel. Importa que seja eficaz. Onde será mais eficaz? No país da impunidade, onde tudo é permitido, ou no dos "cruéis" indonésios?
Daniel William da Silva Santos (Americana, SP)
Colunistas
Nem tudo o que a Folha publica é do meu interesse. Não significa, porém, que esses artigos não tenham valor. Eu, de 77 anos, e minha neta, de 19, curtimos a coluna semanal do Gregorio Duvivier, exemplo de humor muito criativo e inteligente.
Virgílio Roberto Wey (São Paulo, SP)
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O leitor Paulo Carvalho chama o colunista Gregorio Duvivier de grosseiro (Painel do Leitor, 28/4). Discordo. Gregorio é sem graça, um esquerda caviar, mas não creio que se possa rotulá-lo de grosseiro. A própria Folha não o ajuda ao publicar sua coluna no mesmo caderno e dia de alguém tão brilhante quanto Luiz Felipe Pondé. A comparação não ajuda.
Rafael Rossi (Blumenau, SC)
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O título inegavelmente me chamou a atenção e o trecho em negrito abaixo me deu a certeza de que a coluna de Luiz Felipe Pondé seria imperdível ("Os limpinhos estão chegando", "Ilustrada", 28/4). E não é que foi? Um imperdível show de arrogância, grosseria e falta de noção. É ótimo um colunista opinar sobre qualquer assunto. Pena que, dessa vez, Pondé me impressionou da maneira mais negativa que poderia haver. Não sabia que hippies eram coitados que "erraram porque não entenderam que a função deles era apenas criar um estilo de calça jeans".
Izadora Pinheiro Mariano (São Paulo, SP)
Antônio Abujamra
Perda irreparável, Abujamra exercia papel fundamental ao provocar e levar à reflexão, posturas cada vez mais raras, embora absolutamente necessárias, no Brasil de hoje ("Antônio Abujamra, rebelde amoroso, morre aos 82 anos", "Ilustrada", 29/4).
Jorge Ribeiro Neto (Campinas, SP)
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Deus e demônio! Seu legado é a reflexão e a a irreverência irônica e sagaz que jamais morrerá... Salve, Antônio Abujamra.
Rebeca Gelse Rodrigues (São Paulo, SP)