Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Reforma política
Eduardo Cunha está realmente extrapolando em suas atitudes como presidente da Câmara. É injustificável o desrespeito ao trabalho e ao relatório da comissão sobre a reforma política ("Cunha submeterá distritão e doações privadas ao plenário", "Poder", 26/5). Por outro lado, se ele manda, é porque existe uma maioria que, submissa (ou por interesses inconfessáveis), obedece bovinamente.
Márcia Meireles (São Paulo, SP)
-
A "reforma política" liderada pela batuta do deputado Eduardo Cunha e seus pares poderá levar a ainda capenga democracia brasileira ao retrocesso.
Ricardo Pedreira Desio, professor aposentado e artista plástico (São Paulo, SP)
-
Muito mais importante que a reforma política seria a reforma dos políticos. Antes de se candidatar, o cidadão deveria cumprir uma série de requisitos, ser aprovado em testes e entrevistas, exatamente como ocorre em todas as outras profissões. O governo brasileiro está refém da incompetência e da corrupção. Não se identifica uma liderança que coloque a nação acima de interesses político-partidários, não se vê um exemplo de boa-fé e isso precisa mudar.
Mário Barilá Filho (São Paulo, SP)
PT
Vale lembrar que o número de filiados ao PT em comparação ao ano de 2014 cresceu 81%. Diante dessa informação, falar em abandono de militância e ameaça de defecção de políticos ("O PT se esvazia", "Opinião", 26/5) não faz sentido.
Luiz Carlos Andrade Santos (São Paulo, SP)
Metrô
Comparar o Metrô de SP com o de Seul ou o de Santiago, cujos sistemas são custeados com recurso federal, é uma visão incorreta e contaminada por uma discussão eleitoreira. Se fosse dirigida para a realidade nacional, a pauta mostraria que, em 20 anos, os metrôs de Porto Alegre e Curitiba não saíram do papel, o de Salvador, bancado pela União, chegou a 7 km após 14 anos de obras, o de Belo Horizonte, sob gestão federal, há 13 anos não cresce um centímetro. Já o Metrô de São Paulo fez 27 estações e quase 40 km sem um real de Brasília. Sozinho, o Metrô de São Paulo transporta o triplo de pessoas que os demais sistemas do país somados.
Duarte Nogueira, presidente do Diretório Estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP)
Economia
Impressionante a lucidez com que Vladimir Safatle ("Desenvolver como mito", "Opinião", 26/5) desenvolve o argumento do livro "O Mito do Desenvolvimento Econômico", de Celso Furtado. Na sua síntese, consegue, didaticamente, fazer o leitor entender do que trata o livro e ainda aplicar, criticamente, a teoria nele exposta ao caso específico do lulismo, numa breve aula de economia.
João Luiz Neves (Curitiba, PR)
-
O lulismo não gerou o desenvolvimento pensado pelo economista Celso Furtado porque a riqueza distribuída não foi investida no desenvolvimento intelectual dos beneficiados, mas destinada ao consumismo barato.
Walter Barretto Jr., arquiteto (Salvador, BA)
Bancada evangélica
Meu reconhecimento à postura republicana do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP) ("Quando a fé cheira a pólvora", Tendências/ Debates, 26/5), recém-empossado presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp. Mais um exemplo de que a defesa dos direitos humanos é algo suprapartidário. O uso de argumentos supostamente religiosos na formulação de um discurso contra a vida deve ser duramente combatido por todos aqueles que defendem valores humanitários. Para reverter o atual quadro de violência, precisamos, juntos, fortalecer a cidadania das pessoas, não muni-las de instrumentos de violência, como propõe a revogação do Estatuto do Desarmamento.
Rogério Sottili, secretário-adjunto de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura (São Paulo, SP)
-
A Bíblia tem sido usada para justificar práticas e crimes hediondos. Entram nesse rol guerras de extermínio, massacres, racismo, escravidão, opressão a vulneráveis etc. Em seu artigo, Bezerra ajuda a tornar mais claro que esse pessoal "da bala" representa apenas certa porção de evangélicos --infelizmente, numerosa--, cuja forma de interpretar a Bíblia e os princípios centrais do cristianismo se baseia naqueles instintos que o apóstolo Paulo chama de "carnais".
Zenon Lotufo Jr. (São Paulo, SP)
-
Não dá para aceitar o argumento que atribui as posturas policialescas, moralistas e populistas de grupos evangélicos à leitura obtusa do Velho Testamento. Os textos bíblicos estão recheados de violência, terror, assassinatos e genocídios reservados a todos aqueles que não se adaptem aos ditames da moral religiosa vigente. Os evangélicos mais extremados nada mais fazem do que assumir o que a Bíblia, em particular o Velho Testamento, prega.
Agostinho Sebastião Spínola (São Paulo, SP)
BNDES
Muito feliz o editorial "Sigilo perene no BNDES" ("Opinião", 26/5) por jogar luz na questão de o BNDES funcionar praticamente como "...um orçamento paralelo, imune ao crivo do Congresso e de outras instituições de controle". É lamentável que, mesmo após tantos escândalos, o governo ignore um dos pilares fundamentais da boa governança: a transparência!
Otávio V. de Freitas (São Paulo, SP)
Educação
Concordo que o salário do magistério é historicamente baixo e precisa ser colocado em patamar condizente com a responsabilidade, mas não posso aceitar que a presidente da Apeoesp comemore o prejuízo que promove aos alunos (Painel do Leitor, 26/5) ao exigir um aumento inviável num momento de crise econômica. É estranho que ela, talvez por ser sindicalista profissional e estar distante da sala de aula, combata a avaliação de desempenho dos professores, que evitaria que os alunos fossem submetidos a pessoas sem competência para o ensino.
Henrique César de Conti (Brasília, DF)
-