Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Maioridade penal
Luiz Fernando Vianna, no afã de defender as teorias do "coitadismo" e do "menor bom selvagem delinquente do Brasil", brinda-nos com recortes bem convenientes às suas ternas abstrações, ao pinçar a reação altiva das famílias enlutadas do médico e do jovem assassinados ("Um pouco de luz", "Opinião", 8/6), as quais, em vez de vingança, propõem melhor compreensão do "fenômeno". Embora verdadeiramente nobre, essa talvez não seja a disposição da maioria dos que perderam entes queridos para homicidas. Há também muita luz para esses que querem, com toda a razão, o agravamento das penas e a redução da maioridade penal para assassinos.
Carlos Eduardo Aguiar Santos (São Paulo, SP)
-
A reportagem "Brasil revê maioridade penal sem ter mapa da criminalidade juvenil" ("Cotidiano", 7/6) expõe uma das maiores marcas da produção legislativa em política criminal: o "achismo" como norte. Sob pretexto de combater a alardeada criminalidade juvenil, setores conservadores do Congresso debatem um tema de sensibilidade e importância únicas --a redução da maioridade penal-- sem sequer saber que criminalidade é essa. Os deputados devem atentar para a realidade revelada pelo Índice de Vulnerabilidade Juvenil, que mostra que os jovens são as maiores vítimas da violência, e não os seus autores.
Rafael Custódio, advogado e coordenador do programa de Justiça da Conectas Direitos Humanos (São Paulo, SP)
-
Não acho que a redução da maioridade penal seja política de segurança pública ou que vá reduzir a criminalidade. Penso que é questão de se fazer justiça. Muitas vezes a impunidade é tão cruel quanto o próprio crime.
Alexandre Gonçalves, publicitário (São Paulo, SP)
Mensalão tucano
Em relação à reportagem "Mais antigo, mensalão tucano segue impune" ("Poder", 8/6), esclareço, mais uma vez, que não tive "pena prescrita", como assinala o texto. A afirmativa é totalmente incorreta, pois, como não houve julgamento, não houve imputação de pena. O que ocorreu, de fato, foi a prescrição da "pretensão punitiva do Estado", como está escrito na lei. Reitero que não fui coordenador da campanha de Eduardo Azeredo em 1988 e os autos comprovam tal afirmativa. Duas testemunhas já apresentaram provas cabais de que foram coordenadores político e financeiro da campanha.
Walfrido Mares Guia, empresário (Belo Horizonte, MG)
NOTA DA REDAÇÃO - Leia Erramos abaixo.
Congresso do PT
Sobre os torpedos que a cúpula do PT ensaia enviar à presidente Dilma no Congresso do partido ("Cuspindo no prato em que comeu", "Opinião", 8/6), pelos rumos da política econômica, lembro que também no primeiro governo de Lula houve críticas acerbas à condução da economia. Maria da Conceição Tavares chamou o então secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa, de "débil mental" e afirmou que ele seria "semianalfabeto". Logo, nada de novo no reino do PT.
José Ronaldo Curi, advogado (São Paulo, SP)
Metrô
A Folha erra ao afirmar na reportagem "Linha ferrugem" ("Cotidiano", 8/6) que a Linha 17 estava prometida para a Copa de 2014. O próprio jornal noticiou inúmeras vezes que a obra foi retirada da matriz da Copa, documento firmado com a União, pois os jogos de futebol se realizaram no estádio de Itaquera, e não no Morumbi. Cai por terra também qualquer relação com a Olimpíada. Mesmo tendo visitado as obras, o repórter insiste em afirmar que "encontrou poucos funcionários", desconsiderando a explicação do diretor do Metrô de que, nesta etapa, com 80% das vigas instaladas, os serviços se concentram na construção das oito estações e do pátio.
Adele Claudia Nabhan, chefe do Departamento de Imprensa do Metrô SP (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA FELIPE SOUZA - Não existe erro. O governo prometeu a entrega da linha 17 para antes da Copa do Mundo de 2014, depois adiou para o início de 2016 e, depois, para 2017.
Cartunistas
João Montanaro está certíssimo (Painel do Leitor, 8/6). O fato de nenhum chargista ou cartunista estar no anúncio da Folha no dia 7 é chato, bem chato.
Laerte Coutinho, cartunista da Folha (São Paulo, SP)
Eleição turca
A excelente definição por Clóvis Rossi da "faceta autoritária" do governo turco ("Turquia, a nostalgia do sultão", "Mundo", 7/6) não nos surpreende. Ao voltarmos ao ano de 2007, relembramos a indiferença do governo turco no episódio do atentado ao jornalista de origem armênia Hrant Dink, que se deu em virtude de sua opinião contrária à do governo e favorável ao reconhecimento do genocídio armênio de 1915 e que, neste ano, é rememorado pelo seu centenário.
Vanessa Anitablian Baltazar, juíza do Trabalho (São Paulo, SP)
Pondé
Pondé, "Crianças, gatinhos e patinhos" ("Ilustrada", 8/6) é insuperável e as verdadeiras boas fadas deverão usá-lo na luta contra as terríveis bruxas que são as "inteligentinhas do bem", salvando as crianças do lago gelado de uma vida sem graça!
Ligia Kogos, dermatologista (São Paulo, SP)
Juca Kfouri
Os problemas do senhor Juca Kfouri só mesmo Freud resolve. Ele considera homenagem ser publicamente malhado como um judas e mostra a altura de seu complexo ao nomear o senhor Feldman "secretário menor" e a mim como "Andrés, o pequeno" ("Futebol em estado puro", "Esporte", 7/6). Suponho que ele se reserve o majestoso pedestal de "Juca, o grande". Em seu transtorno, diz que não sei ler sua notícia de que o Piritubão abriria a Copa em São Paulo. Sendo um valioso jornalista com grife em jornal, rádio e TV, tal furo, favorecendo interesses, foi mesmo notícia de fonte gratuita? Não seria bom motivo para abrir investigação imparcial? Juca, Ki furo!!
Andrés Navarro Sanchez, ex-presidente do Corinthians (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO COLUNISTA JUCA KFOURI - Andrés Sanchez mede o próximo por si mesmo. Daí imaginar que nada seja de graça, que tudo tenha um preço. Razão dos tantos processos a que responde.