Painel do Leitor
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Prisões na Lava Jato
A prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez reforça a independência e a credibilidade da Polícia Federal e do Ministério Público (folha.com/no1645002). Contudo é necessário ir além, aprofundando as investigações sobre o senhor Lula em suas viagens ao exterior pagas pela Odebrecht. É fundamental também apurar a licitação de obras no metrô do Panamá e a construção do Porto de Muriel, em Cuba, com dinheiro do BNDES. O nível de sofisticação da corrupção mostra que conhecidas empresas e políticos brasileiros em nada perdem para as organizações mafiosas.
SERGIO BIALSKI (São Paulo, SP)
Gostaria de saber a serviço de quem está o juiz Sergio Moro, a Polícia Federal e a grande mídia brasileira. Tenho certeza de que em defesa da moralidade pública não é. Se realmente tem prova, basta abrir o processo penal e, ao final, se houver condenação, determinar a prisão daqueles que se envolveram no crime. Quantos empregos o juiz Moro, a PF e a grande mídia criaram? No dia em que a mídia começar a publicar coisas boas de graça, como faz com as negativas, passará a merecer credibilidade.
JOANILSON BARBOSA DOS SANTOS, advogado (Sertãozinho, SP)
A Polícia Federal tem desempenhado, a cada ano, um papel cada vez mais relevante e profissional. Abandonou as prisões midiáticas feitas no alvorecer do dia para constranger os detidos e passou a conduzi-las com profissionalismo, amparo judicial e no estrito cumprimento da lei. Notória também a escolha dos nomes de cada fase da Lava Jato, mas a denominada Erga Omnes ("para todos", em latim) não abrange a totalidade dos envolvidos. Faltou um, a não ser que na próxima fase se feche o ciclo. Fico curioso para saber que nome terá. Erga Omnes Nunc (agora para todos)?
CLAUDIO JUCHEM (São Paulo, SP)
Previdência
Tanto a fórmula do fator previdenciário quanto a fórmula 85/95 ou 90/100 do INSS são artificiais ("Nova regra para aposentadoria será revista até 2022", "Mercado", 19/6). Elas não têm lastro econômico, ou seja, não há a capitalização das contribuições. A Previdência Social pública brasileira necessita ser de regime capitalizado e reunir num só regime toda a população brasileira contribuinte. Sem exceção.
NEY JOSÉ PEREIRA, contador (São Paulo, SP)
Evangélicos
Chamar o acesso legal ao aborto (uma questão de saúde pública, não de religião) e a ampliação dos direitos dos homossexuais de temas "abjetos" (Painel do Leitor, 19/6) diz bastante sobre quem, neste país tão injusto, é de fato abjeto. É por causa de gente assim, que se julga "gente de bem", que falta tanto para que o Brasil seja um lugar civilizado.
LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP)
Senadores na Venezuela
Rebeldes sem causa, fugitivos do passado, golpistas por natureza, agora percorrem a América Latina em busca de manchetes que justifiquem o seu ódio seletivo, para alimentar a imprensa marrom ("Bloqueio frustra visita de Aécio à Venezuela", "Mundo", 19/6). Estranhamente desprezaram Cuba, especificamente Guantánamo, onde centenas de pessoas foram presas sem acusação formal, sofreram tortura e, na maioria, nada foi provado.
JULIO CÉSAR CALDAS ALVIM DE OLIVEIRA, diretor cinematográfico (Florianópolis, SC)
Chega a ser constrangedora a omissão da presidente e da diplomacia brasileira ante o lamentável episódio da viagem de senadores em solidariedade aos colegas presos na Venezuela, em total desprezo pelas leis democráticas daquele país. Na época da ditadura, a oposição, que hoje está no governo, aplaudiu a vinda de Jimmy Carter, presidente dos EUA, que condenou nossa situação antidemocrática. Esperar de Dilma altivez é demais, pois ela se apequena a cada vez que deveria crescer e passa ao grande público que afiança o (des)governo de Nicolás Maduro.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
Como brasileiro, sinto-me envergonhado ao ver o senador Aécio Neves e seus acompanhantes, todos com longa vida política, diante de uma pequena manifestação no caminho ao encontro dos opositores venezuelanos, darem meia-volta e embarcarem no avião da FAB pedindo providências à presidente Dilma. O que pensarão os venezuelanos que contam com eles e o pior, os brasileiros que imaginam serem eles os salvadores da pátria?
RICARDO ROMANELLI FILHO, advogado (Pinhais, PR)
Ciclovias
O senhor Daniel Guth, diretor da Ciclocidade, contesta reportagens da Folha (Painel do Leitor, 19/6). Percebe-se claramente que ele não aceita críticas verdadeiras aos desmandos da implantação das ciclovias em São Paulo. Os artigos citados apresentam exatamente os problemas da falta de planejamento dessas ciclovias. A carta mostra a intolerância dos ciclistas, que só querem seus direitos e esquecem que também têm deveres. Sugiro ao senhor Daniel que, ao invés de se melindrar com os fatos reais, faça campanhas educativas para os filiados de sua associação respeitarem o trânsito e os pedestres.
FLAVIO CARNEVALE FILHO (São Paulo, SP)
Atirador dos EUA
Não é preciso ser nenhum Sigmund Freud para atestar como sociopatia congênita a condição mental daquele jovem atirador que assassinou nove pessoas no interior de uma igreja nos EUA ("Atirador branco mata nove fiéis negros em igreja no sul dos EUA", "Mundo", 19/6). Bastaria dar uma olhada na expressão do rosto do rapaz.
ELEONORA SAMARA (São Paulo, SP)