Painel do Leitor
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Brasil em crise
É inimaginável que Dilma, sendo economista e tendo na Fazenda, no Planejamento e no Banco Central outros colegas economistas, não tivesse sido alertada a tempo sobre a impressionante deterioração dos números ("Dilma afirma que errou na avaliação da economia", "Poder", 25/8). O governo do PT abusou dos cofres públicos para fazer o "resgate da dívida social", mas tudo tem seu preço e ele está sendo cobrado, com juros e correção.
Silvio Natal (São Paulo, SP)
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Parabéns, leitor Ademar G. Feiteiro, que escreveu sobre doações na campanha presidencial discordando do colunista Samuel Pessôa, que criticou Antonio Prata (Painel do Leitor, 24/8). Será que o papel-moeda das doações feitas a Aécio é diferente do papel-moeda das feitas a Dilma?
Alfredo Palacio (São Bernardo do Campo, SP)
Justiça
De quando em quando, um ilustre batalhador da área jurídica lamenta o excesso de instâncias julgadoras e o número excessivo de possibilidades de recursos, apontando-os como uma das causas da impunidade no país ("A Lava Jato e o propinoduto de 2003", Tendências/ Debates, 25/8). Será que o reconhecido patriotismo da OAB e das Associações de Magistrados não poderia atuar no Congresso no sentido de produzir leis que modifiquem esse estado de coisas que já se perpetua por muitos anos?
Afranio Borges de Freitas (Ribeirão Preto, SP)
Crise da água
A reportagem "Alckmin quer agilizar licença de obra pronta" ("Cotidiano", 25/8) revela uma pretensão descabida do governo de São Paulo para o licenciamento ambiental de obras hídricas. "Rito especial" quer dizer abrir uma exceção. O pior é que não se sabe qual é a alteração pretendida. Seria a dispensa de estudo de impacto ambiental? A falta de água não surgiu agora e houve inércia governamental. As emergências não dispensam a transparência e a participação social.
Paulo Affonso Leme Machado, professor de direito ambiental na Universidade Metodista de Piracicaba (Piracicaba, SP)
Zoneamento
Cada dia é mais difícil viver em São Paulo, e a prefeitura trabalha diariamente para aumentar a dificuldade. O projeto de revisão do zoneamento é uma prova disso. O documento pretende acabar com as áreas residenciais –4% da cidade. A região da Vila Paulista, por exemplo, poderá receber novos empreendimentos comerciais. Os prejuízos não são só dos moradores, pois nessa região está a maioria das áreas verdes ainda preservadas da cidade.
Sergio Reitzfeld, arquiteto e presidente da Associação dos Moradores e Amigos da Vila Paulista (São Paulo, SP)
Ruas fechadas
O fechamento da avenida Tiquatira em dia de jogo na Arena Corinthians traria demasiada sobrecarga à Radial Leste ("Depois da Paulista, prefeitura estuda fechar a av. Faria Lima aos domingos", folha.com/no1672412).
Jorge de Jesus (Osasco, SP)
Uber
O Uber quebra a reserva de mercado do sistema de transporte particular de passageiros. Simples assim. Outras reservas de mercado já foram quebradas ao longo da história e sempre geraram discórdias. Trata-se de um novo paradigma. Milly Lacombe, entre outras coisas, afirma que, na Califórnia, um motorista precisa trabalhar até 17 horas ("Destruição do transporte compartilhado", Tendências/ Debates, 25/8). Aqui em São Paulo, um motorista de frota, totalmente desamparado pelas leis trabalhistas, trabalha até mais que isso e já começa a sua jornada devendo R$ 170 ao dono da frota. Logo, a que capitalismo contemporâneo ela está se referindo?
Edgar Fabre (São Paulo, SP)
Caridade
Em "Teologia da Intolerância" ("Opinião", 25/8), Marcelo Freixo diz que Leonardo Boff, um dos mentores da Teologia da Libertação, lhe falou sobre a diferença entre caridade e solidariedade nestes termos: "A caridade é uma relação vertical entre desiguais, movida pela pena. Já a solidariedade é fruto do sentimento de igualdade e empatia. Esta é a essência do cristianismo." (Teologia da Intolerância,25.8). Segundo a Igreja Católica, a caridade é uma graça superior à fé e à esperança por ser um dom sobrenatural que une a criatura ao Criador. Sem a caridade, o mundo mergulha na barbárie. Já a solidariedade se presta também e frequentemente à formação de máfias.
Pedro Ubiratan Machado de Campos, sociólogo (Campinas, SP)
Drogas
A propósito do artigo "A droga e o crime" ("Opinião", 23/8), uma vez que é sabido que o custo de quaisquer produtos comercializados pelo governo será sempre superior ao dos comercializados pela iniciativa privada, aqui no caso os traficantes, eu me pergunto se, no final, ainda não seria vantajoso para o tráfico, do ponto de vista do preço, investir na ilegalidade e, com o lucro, pagar todos os custos envolvidos com a corrupção de policiais e outros e ainda oferecer o produto a preços competitivos. Ou seria o caso de, no Brasil, a droga ser subvencionada para enfrentar a concorrência?
Mario B. Gomes (Brasília, DF)
Educação
Em relação à carta do leitor Alessandro Alves de Souza (Painel do Leitor, 25/8), a Secretaria da Educação do Estado esclarece que valorizar a educação é prioridade. Hoje, 98,7% dos alunos com sete anos já sabem ler e escrever, um ano a menos do que a meta nacional. Índices como o Idesp mostram avanços em todos os ciclos de ensino. Nos Anos Iniciais, o crescimento é de 20,2% na comparação entre 2010 e 2014. A política de valorização ainda garante aos docentes oportunidade de evolução funcional como a valorização pelo mérito, que permite reajustes anuais de 10,5% e pagamento de bônus por desempenho.
Valéria Nani, assessora de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)