Sunil Lal
Brasil brilhante, Índia incrível
Precisamos elevar patamares de intercâmbio em educação, cultura e turismo entre o Brasil e a Índia, países que pouco se conhecem
Os brasileiros não compreendem adequadamente a Índia por meio dos jornais locais ou da televisão; nem os indianos aprendem muito sobre o Brasil em sua mídia. É verdade, a Copa do Mundo de futebol atraiu atenção global, e muitos indianos viram o "jogo bonito"; milhões viram de relance o Brasil na TV. Os Jogos Olímpicos do Rio atrairão ainda mais interesse.
A impressão geral na Índia é a de que os brasileiros dançam samba com graça e estilo; que o Rio é uma grande cidade; e que o poderoso rio Amazonas flui por grande parte do país. Também conhecem o Pelé. Poucos indianos sabem que o território do Brasil é mais que duas vezes e meia o da Índia.
A maioria dos brasileiros conhece Mahatma Gandhi e estão conscientes de que a população da Índia ultrapassa um bilhão. Que a ioga veio da Índia e que o Taj Mahal é um monumento indiano também sabem. Turistas e homens e mulheres de negócio têm explorado ambos os países, mas não em números grandes o suficiente.
Nossos povos precisam estar mais bem conectados e informados um sobre o outro. Nessa era da informação, a distância e as restrições de idioma são facilmente superadas.
Nos níveis de lideranças e oficiais, nossos laços são extremamente próximos. Sermos parceiros estratégicos e membros de grupos influentes, como o G4 (Alemanha, Brasil, Índia e Japão), os Brics, o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e o Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), nos habilita a exercer papéis de liderança internacional.
Essa parceria é forte na medida em que compartilhamos uma visão comum de paz e de desenvolvimento pelo bem-estar de nossos povos.
Também contribui quando o Brasil tem seu "jeitinho" e a Índia tem seu equivalente "jugaad" com o intuito de encontrar soluções. Historicamente, mandioca e caju foram do Brasil para a Índia, enquanto temperos, manga e coco vieram para o Brasil da Índia. Parte do gado no Brasil é de origem indiana.
Estamos cooperando em áreas pioneiras de ciência, tecnologia, espaço, e o nosso comércio é robusto. O Brasil pode exercer um papel importante na segurança energética e alimentar da Índia, enquanto a Índia pode contribuir para os setores de tecnologia da informação, indústria e saúde no Brasil. Há possibilidades conjuntas em defesa e medicina tradicional.
Precisamos elevar os patamares de intercâmbio em educação, cultura e turismo entre os povos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, estabeleceu uma agenda ambiciosa para a Índia se tornar um centro industrial global. A política "Faça na Índia" foi desenhada para trazer o melhor da tecnologia e do conhecimento mundiais à Índia como base para seus produtos.
A Índia é um dos maiores mercados consumidores do mundo, somos uma democracia, reservatório de recursos científicos e humanos, além de exemplo brilhante de unidade na diversidade. A ideia é elevar a contribuição da indústria para 25% do PIB. Isso fará da Índia uma nação desenvolvida capaz de cuidar das necessidades de seu povo.
Já a"Índia Digital" é um mecanismo de capacitação que usa ferramentas de comunicação para agilizar o desenvolvimento e tornar mais fáceis os negócios. Outra política-chave, o "Índia Limpa", é uma tentativa de tornar a Índia mais limpa e de incutir uma filosofia que estimule a construção da nação.
O Brasil tem desafios parecidos, e há várias áreas em que o compartilhamento de experiências pode trazer benefícios mútuos. Devemos encontrar mais caminhos para conectar, cultivar e consumar nossa parceria em crescimento.