Painel do Leitor
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Brasil em crise
Do ponto de vista de quem perdeu parte do seu FGTS nas ações da Petrobras, concordamos plenamente que as penas aplicadas são injustas ("Juiz condena ex-tesoureiro do PT a 15 anos de prisão", "Poder", 22/9). Não restituem o valor da poupança de uma vida de trabalho.
EDUARDO FRANCO VAZ (Campinas, SP)
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No mensalão, a maioria do STF entendeu que não havia a formação de quadrilha. Após tudo o que veio à tona com a Lava Jato, revelando que o mensalão era só uma de suas faces, o STF começa a "desmembrar" do corpo principal da investigação o que envolve pessoas com foro especial. Será necessário desenhar para que os ministros entendam que se está a desvendar uma forma de governo, no qual as coisas não aconteceram, criminosamente, por mero acaso? A preocupação do procurador Santos Lima é um alerta e tanto ("Decisão do STF pode significar o fim da Lava Jato, diz procurador", "Poder", 22/9).
ANA LÚCIA AMARAL, procuradora da República aposentada (São Paulo, SP)
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Ao lançar suspeitas sobre a possibilidade de influência política na decisão do ministro Zavascki, o procurador Carlos Fernando Lima, deixando, como fez, bem claras as conclusões preestabelecidas a que outros eventuais investigadores deveriam chegar, reforçou as suspeitas de motivação política sobre a sua própria investigação. Será a força-tarefa que ele integra o único grupo capaz de investigar corrupção ou o único grupo capaz de chegar àquelas conclusões?
CELSO BALLOTI (Santos, SP)
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A manifestação do procurador é um assunto que deve ficar constantemente sob os holofotes da imprensa. Entre os três Poderes no Brasil, o único que ainda acena com alguma esperança a nós é o Judiciário.
MARCOS SGARABOTO (Brasília, DF)
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Ex-presidente do STF, Ayres Britto diz não haver fundamento jurídico para o impeachment ("Ainda não há motivos para o impeachment, diz ex-ministro do STF", folha.com/no1684393, 21/9). Virou questão de vontade pessoal, não uma questão objetiva, já que todos os fatos apontam para a viabilidade do processo. Desculpas e entendimentos pessoais são a tônica no travado e obscuro mundo jurídico.
RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS)
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Com a saúde pública pedindo socorro por falta de verbas e a ameaça da volta da execrável CPMF, por que não legalizar os cassinos, bingos e caça-níqueis? Argumenta-se, hipocritamente, que o jogo é proibido, mas aposta-se em quase uma dezena de jogos nas lotéricas. Recursos podem ser obtidos por meio da taxação dos jogos de azar, que, na maioria dos países desenvolvidos, são liberados e que, no Brasil, vive na clandestinidade sem recolher um real de imposto.
JOSÉ VEIGA (Rio de Janeiro, RJ)
Reciclagem
A matéria "Com usinas ociosas, Haddad fica longe da meta de reciclagem" ("Cotidiano", 21/9) diz que as metas de reciclagem de São Paulo não foram atingidas por falta de coleta seletiva. Com o acordo Apas-Procon/SP pela cobrança das sacolas plásticas,o resultado já era esperado. Segundo o Datafolha, 83% dos paulistanos não querem pagar pelas sacolas que impulsionariam a coleta seletiva. Com a cobrança, não há engajamento na separação dos recicláveis. É fundamental que a população tenha as sacolas verdes e cinza de graça. Como está, é prejuízo ao paulistano como ao meio ambiente e benefício aos supermercados.
MIGUEL BAHIENSE, presidente da Plastivida (São Paulo, SP)
Gastos no Judiciário
Ao ler "Justiça gasta R$ 3,8 bi com 'penduricalhos'", "Poder", 21/9), eu me perguntei se a Ordem dos Advogados do Brasil não deveria ocupar-se em combater tais aberrações, que afrontam o cidadão e os princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade, em vez de ajuizar uma oportunista e descabida ação contra a redução da velocidade nas marginais da cidade.
RODRIGO RÖSSLER, advogado (São Paulo,SP)
Dia Mundial sem Carro
Muito bom o artigo "Bicicletas, normas e solidariedade" (Tendências/ Debates, 22/9) ainda mais pelo fato de seu autor, Gilberto Kassab, ter sido prefeito de São Paulo. Perfeito, se não estivéssemos no Terceiro Mundo. Existe transporte coletivo digno para todos se locomoverem?
OSWALDO DUARTE (Rio de Janeiro, RJ)
Embaixador de Israel
Binyamin Netanyahu nomeou Dani Dayan para servir como embaixador no Brasil. Israel possui representantes diplomáticos com melhores credenciais, pois esse senhor é um antigo dirigente e colono em assentamento localizado em território ocupado na Palestina. O Itamaraty não poderia aceitar passivamente essa afronta ("Brasil indica a Israel insatisfação com nome de embaixador", "Mundo", 21/9).
WILSON HADDAD (São Paulo, SP)
Belo Monte
Em resposta ao professor José Antônio Lerosa de Siqueira (Painel do Leitor, 22/9), devo dizer que é o atraso científico e tecnológico brasileiro em renováveis modernas (solar, eólica e biomassa) que explica a insistência em associar oferta de energia a concentração de poder e devastação ambiental. Que Belo Monte, desde que cumpridas suas condicionantes, seja o último passo nessa direção retrógrada.
ricardo ABRAMOVAY, professor titular do IEA/USP (São Paulo, SP)
Futebol
Respeito a opinião da senhora Cintia de Souza Claussel (Painel do Leitor, 22/9), mas não concordo com ela. Jadson não é o único que faz o gesto de matar a jogada. A violência real é que é, sim, um mau exemplo às crianças.
MARIA JOSÉ BERNARDES FRANÇA (São Paulo, SP)