Cotidiano em cima da hora
Ato culpa Alckmin por crise da água em SP
Protesto em Pinheiros reuniu 300 pessoas, que criticaram a gestão tucana pelo agravamento da escassez hídrica
Ativistas prometem continuar nas ruas e marcam novo protesto para a próxima quarta na avenida Paulista
Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, reuniram-se neste sábado (1º) em São Paulo em um protesto contra a crise de água. Os manifestantes falam em 500.
O ato "Alckmin, cadê a água?" começou por volta das 15h no largo da Batata, em Pinheiros (zona oeste), seguiu por ruas do bairro, até terminar, às 17h20, em frente a uma unidade da Sabesp na rua Sumidouro.
A manifestação em Pinheiros reuniu jovens de esquerda e ambientalistas. Havia quem se dizia apartidário ao lado de militantes de partidos como PSOL, PSTU e, em menor número, PT.
Eles carregavam faixas culpando a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) pela crise da água. "Alckmin molhou a mão do banqueiro e secou a Canteira", dizia uma delas.
Em frente à Sabesp, os manifestantes se sentaram na rua e criticaram a venda de ações da empresa no mercado de capitais, ao que atribuem a falta de investimentos, e pediram sua "estatização com controle popular".
"Alckmin privatizou a Sabesp e acabou com a nossa água. Se a água acabar, São Paulo vai parar", disse Thiago Aguiar, do Juntos!, movimento de juventude do PSOL.
Também houve espaço para críticas bem-humoradas, como de pessoas que marcharam enrolados em toalhas de banho. Batucadas deram ritmo a gritos de guerra como "A Sabesp só dá lucro pro patrão/ E falta água na casa do peão".
Os manifestantes também criticaram o ato na avenida Paulista (leia na pág. A14). "Esses caras que falam em intervenção militar não têm ideia do que é ditadura. Não sabem nem o que é democracia, falam em impeachment logo depois de eleição", afirmou Carolina Arbache, 25, que se diz apartidária.
Outro ato foi marcado para quarta (5), às 18h, no Masp.
CANTAREIRA
A chuva que atingiu São Paulo entre a noite de sexta (31) e a madrugada de sábado (1º) não aliviou a crise.
O sistema Cantareira operava neste sábado com 12,2% de sua capacidade, queda de dois pontos percentuais em relação ao nível de sexta. Durante a tarde voltou a chover.